domingo, 25 de janeiro de 2009

Deus com qualidade, variedade e preço baixo!

Igreja do Jardim de Deus, Igreja de Jesus Cristo Ressuscitado, Igreja Maravilhas de Jesus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja, igreja, igreja... O cristianismo virou bagunça!
Eu tenho maior respeito por todas as religiões. Não falo mau de ninguém por crer ou não em Deus, por ser dessa ou daquela religião, dessa ou daquela igreja. Mas essa superoferta de igrejas que tem hoje, me incomoda.
Vamos aos fatos históricos (religiosamente falando): Abraão ouviu Deus e este o prometeu que sua posteridade seria grande e promissora. Nasceu o judaísmo. Mas a mulher de Abraão, Sara, era estéril e ele teve filho com a escrava. O filho e a escrava foram postos de lado, ditos como indignos das promessas que Deus fizera a Abraão. Daí surgiu os pilares do islamismo. E depois a mulher de Abraão concebeu "pela graça de Deus". É por isso (pra quem não sabia) que existe até hoje as guerras no oriente médio. A mesma terra foi prometida para dois povos.
A necessidade de ter um D(d)eus fez os vários povos criarem seus próprios deuses e ao longo da história da humanidade surgiram vários deles, mas foi do judaísmo que nasceu um tal de Jesus Cristo revoluncionando tudo o que os judeus vinham seguindo até ali, abolindo as mais de 600 leis religiosas e simplificou tudo: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Esse Jesus foi assassinado com os piores requintes de crueldade da história da humaniade e foi dado como ressuscitado três dias depois: surgiu o cristianismo.
Foi preciso mais de três séculos para o cristianismo deixar de ser perseguido, e com a aceitação da nova religião, ela começou a se organizar hierarquicamente. Nasceu a maior instituição religiosa do mundo até hoje: a Igreja Católica (universal e única) Apostólica (advinda dos ensinamentos dos apóstolos de Cristo) Romana (com sede em Roma). Por muito tempo, a Igreja se usou do seu livre acesso com a monarquia e a monarquia usou da influência da Igreja para conseguir coisas para seus próprios interesses. Foi o início da manipulação das palavras de Cristo. Por um lado, havia uma Igreja bem intencionada, que o único medo era perder seus fiéis para crenças pagãs, e por isso, é até explicável o porquê da Igreja proibir o acesso aos livros e conhecimento da população. Mas por outro, vemos histórias cruéis como as Cruzadas ou a Inquisição.
Foi por tantos erros, que Martinho Lutero protestou e, mesmo sem querer, desencadeou uma série de desmembrações (?) na Igreja Católica - única até então. Surgiu daí a Igreja Luterana e a Presbiteriana.
A partir daí não sei a ordem de surgimento das Igrejas, mas é compreensível a existência dos Espíritas (tem como princípio a continuação da vida pela reencarnação), as Testemunhas de Jeová (não crêem no inferno, na trindade e acreditam na ressurreição dos mortos nessa mesma terra, só para um número limitado de justos), a Assembleia de Deus e Capela da Bênção (os evangélicos, propriamente ditos, mais antigos que eu conheço, que contestaram o ensinamento de santos, a virgindade de Maria após ter tido Jesus entre outras) e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (não conheço, mas é diferente), que têm dogmas diferentes entre si, e por isso, é justificável a permanência dos fiéis nessa e não na outra. As demais, desculpem-me, não falo de quem segue, e sim de quem inventou, é puro supermercado. É aquilo que eu coloquei lá no título: Deus com qualidade, variedade e preço baixo. Não demora muito, enchem as igrejas de cartazes promocionais!
A história de todas as Igrejas justificam sua existência! Isso vale para o mundo todo! As religiões orientais precisam de uma história, de uma tradição e não sinmplesmente serem frutos de "uma oração feita, alguém se curou, Deus me ouve, eu estou apto a abrir uma igreja"!.
É lamentável isso. Vejam os absurdos: um certo homem ajudou outro homem a criar uma Igreja e depois dessa Igreja bater recordes (o trocadilho é proposital) em população, fundou outra. Não falo do Edir Macedo! Falo do cara que ajudou o Edir Macedo. Hoje esse amigo do Bispo da Universal tem uma emissora e uma Igreja própria. A ex-BBB 7, Bruna, depois de váários ensaios sensuais para diversas revistas e sites do país, fundou a Igreja da Missionária Bruna. Entre outros absurdos!
Eu defendo o dízimo. Qualquer instituição precisa se manter, e as Igrejas também têm contas. Eu participo da Igreja e ganho vários cursos para ajudar no meu trabalho religioso. Não concordo, no entanto, com a obrigação de ser 10%. Vejam: só minha faculdade é mais de R$400. Não teria como eu contribuir com 10%! Mas como o padre fala: contribua com o que você se sentir bem. Se eu me sinto bem em contribuir, eu ajudo, se não, não! E dou o quanto posso! Isso é pra manter a Igreja. E uma Igreja com história e razão de ser é até bonito o gesto. Mas usar esse dinheiro para enriquecer certa pessoa, dar vida boa a uma família, é um absurdo! E como as pessoas estão cada vez mais carentes e precisando de consolos e palavras amigas elas nem se dão conta do que fazem: uns se drogam, outros dão, muitas vezes, tudo o que tem pra encher o bolso do ministro da "mais nova Igreja da cidade". "Aproveite! É por poucos dias. Só aqui e só na minha Igreja!"

Essa semana, em Set Sétima, tem a crítica de "A Troca", filme com Angelina Jolie. Vale a pena conferir!

domingo, 18 de janeiro de 2009

A Favorita do Brasil?


O que a falta de ideia faz a gente falar né? Diante disso resolvi deixar a hipocrisia de lado e confessar:eu assisti algumas (muitas) novelas, sim. Quem nunca acompanhou uma? Por favor, quem nunca fez isso e comentar aqui, registre isso, porque eu quero saber se isso é realmente uma prática do brasileiro ou só de alguns... como diria... não sem cultura porque assistir novela é uma cultura, mas... menos críticos. Isso!Prática de pessoas menos críticas.


Digo isso, pois na última sexta-feira encerrou-se um dos folhetins que eu acompanhei. Não religiosamente, é claro, até por ter mais coisas pra fazer, mas posso dizer que sei tudo o que se passou na história: A Favorita.

De longe, foi a melhor novela (na minha opinião, claro) já exibida pela Rede Globo (e arrisco dizer na televisão brasileira, já que ainda ninguém superou a emissora dos Marinho nesse quesito).

A novela tinha alguns núcleos bem chatos: o Cassiano que era um cantor sertanejo de uma música só, a vila operária cheia de gente corna e amargurada, enfim.... Mas os núcleos ligados diretamente ao principal (Flora e Donatela) deram um show à parte.

Eu estou pra lembrar alguma novela que conseguiu se sair tão bem na sonoplastia, no clima de tensão e no suspense usado em todas as cenas envolvendo os protagonistas. Apesar do autor ter recorrido a fórmulas velhas e comuns, como a vilã inescrupulosa e louca contra uma mocinha e tudo isso por dinheiro, a explicação para tudo isso valeu o clichê.

Flora era uma mulher amargurada. Queria ter a vida de Donatela e para isso não popou esforços para destruir com a vida da irmã adotiva e tomá-la tudo o que esta tinha. Apesar disso, estampava uma carinha de anjo sem nenhum traço de bandida maníaca.

Aí entra o primeiro trunfo da novela: a exposição dos nossos preconceitos. Lembro-me que lá no início da novela, quando ninguém sabia quem era a verdadeira vilã, quem não achava que era a Donatela apostava no Silveirinha. Poucos acusavam a personagem de Patrícia Pillar pelo assassinato.

O segundo trunfo da novela (embora sem sucesso, pois foi justamente nesse período que o folhetim amargou baixos índices de audiência) foi esconder a vilã por um tempo. Não criou-se uma personagem pronta dada de bandeja para o público. Todos os envolvidos, inclusive Flora e Donatela foram personagens que não paramos de descobrí-los até a última semana no ar.

E por fim, recursos de câmera (movimentação e ângulos cinematográficos), trilha sonora (aqui destaco a abertura) e as surpresas e o ritmo novo a cada capítulo fizeram de João Emanuel Carneiro meu autor de novelas favorito, com perdão do trocadilho.

Claro que muita gente não gosta de novela. Eu mesmo não sou de acompanhar até por falta de oportunidade. Mas não posso deixar de comentar que, apesar da má fama que as novelas têm, existem muitos profissionais que trabalham duro pra conceber produtos como este, que com certeza, vai deixar saudades.

Infelizmente (para a Globo, não pra mim), eu não estou afim de viajar para a Índia...

domingo, 11 de janeiro de 2009

Críticos de música no Brasil

Eu já não gostava do Ed Motta. Aí certo dia um crítico de música de O Globo foi no "Altas Horas", do Serginho Groisman, e o tal cantor falou horrores dos profissionais da imprensa que criticam música. Eu achei aquilo medonho, infantil; uma verdadeira falta de humildade. Um cara se achando o cantor máximo e o todo-poderoso. Nas palavras do Ed Motta: "eu acho repugnante esses críticos porque eles não entendem nada de música e ficam falando de todo mundo!". Ponto. Não que eu fosse defensor da causa dos críticos de música, mas eu achei aquela declaração baixa. E a plateia (agora sem acento) vaiou o Ed Motta, claro. E apaludiu o tal crítico quando este tomou a palavra novamente.
Pois bem. Alguns meses se passaram e eu consegui um estágio num jornal aqui da cidade: o A Notícia. Eu estagio no caderno de "Variedades" que deveria ser de cultura, mas, enfim, isso é outro assunto. O fato é que eu cheguei bem na época de se fazer balanços do que aconteceu pelo ano, e o crítico de música e colunista do caderno no jornal convidou vários críticos e autores de blogs musicais espalhados pelo país (uns dez, acho) para fazerem uma lista, cada um deles, das dez músicas que marcaram 2008. E nesse momento eu lembrei do Ed Motta, e passei a pensar com mais carinho no que ele tinha dito.

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Eu não sou nenhum entendido de música (pois só escuto minha tribo, mas tenho banda e noções de notas, arranjos e vocal), mas percebi que dos dez conjuntos de músicas escolhidas por todos os críticos, só duas não eram rock n' roll: um citou um pop (Madonna) e outro, gospel (Oficina G3, que não deixa de ser rock). Além disso, afora Oficina G3, nenhum era brasileiro.
Até aí tudo bem. Mesmo eu que não escuto rock n' roll do estilo Guns, ACDC, Iron Maiden, U2, sei que os maiores nomes da música internacional se hospedam nessas bandas e em tantas outras mais no rock, justamente por ser um tipo de música que vai exigir um arranjo trabalhado (mas não só o rock), uma distorção inovadora na guitarra e uma considerável potência vocal. Mas o que me chama a atenção é a bitolagem (ou bitolação?) dos críticos de música de TODO o Brasil.
Eu passei a investigar e descobri que a maioria dos críticos de música do nosso país tem raízes roqueiras. Isso é completamente explicável, pois é difícil um cara que gosta de Madonna, ou da banda Calypso se interessar em aprender música: eles só querem escutar, ao contrário de quem gosta de alguma banda de rock. Mas o problema é que muitos acabam achando que não existe outro tipo de música além do rock.
Digo isso pois com frequencia (agora sem trema) escuto: "ah, porque Alexandre Pires é isso, porque Victor e Leo é aquilo, porque O Rappa é pop demais, porque tal cantor é aquilo outro...", enfim. No fim das contas, poderia explodir todos os cantores pop, sertanejo, axé, pagode, samba e sobreviver só o rock que a música, então, seria boa e completa. Isso que me frustra, sabe?
Eu tenho opiniões pontuais sobre música. Não tento seguir esse caminho, pois tenho a consciência de que eu não vou conseguir escutar um disco do Sepultura falando mal de Jesus e entendendo só berro, porque não vou conseguir apreciar a musicalidade daquilo, embora eu saiba que tem! Em algum lugar que meu gosto não deixa ver, mas tem!
Diferente de outros críticos que, como eu falei, acham que a música se reduz ao rock. E cadê o nacional? Poxa! Titãs, Paralamas do Sucesso são monstros nacionais e não são considerados! Alcione, Jorge Aragão são ícones do samba e nunca leio uma crítica deles! E lá fora? Celine Dion é a maior potência vocal que eu conheço e eu nunca li nada, nenhuma crítica, nenhuma nota ou lembrete do trabalho dela por aqui. E até mesmo a música sertaneja que faz parte das raízes do Brasil é desvalorizada. Será que quem canta música sertaneja faz isso por hobby? Será que os caras não entendem nada de música nem estudam, pensam, planejam pra fazer um disco? E a banda Calypso que faz tudo sozinha: coreografias, composições, shows, gravações, distribuição... será que não merecem um pouco mais de atenção?
Não estou dizendo que tudo isso é bom ou ruim. Só digo que há mais coisas a serem analisadas que o próprio gosto. Falar do que eu gosto, eu escrevo aqui. Agora se eu vou ser um "balizador" do que sai na indústria fonográfica, e principalmente, se eu sou jornalista, eu devo ser imparcial ali também. Há muitas outras coisas a serem analisadas. O meu gosto é meu. O meu trabalho é do público. Portanto, aqueles que, por causa do seu gosto, não conseguem ver musicalidade no que não gostam, por favor, não critiquem música! É um erro, um desrespeito e uma desconsideração com o trabalho de muitos artistas mundo afora.

Obs. 1: Sim. Eu sei que tem duplas sertanejas, de pagode e samba que não agem com o profissionalismo desejado. É esse o papel do crítico, então: separar o joio do trigo. Não dizer que é tudo farinha do mesmo saco. O rock também está cheio de trabalhos duvidosos (Nx Zero, Fresno...)
Obs. 2: Não disse que o que eu citei é bom. Ou ruim. Só disse que todos têm que ser olhados e analisados de igual forma. A Joelma da banda Calypso é uma tristeza cantando, eu sei... Mas alguém parou pra analisar a evolução dela?
Obs. 3.: Eu não estou aqui falando do meu colega de trabalho crítico de música. Eu estou falando de alguma maioria de críticos pelo Brasil. E não só de críticos: jornalistas em geral e músicos mesquinhos também que acham que só sua tribo faz boa música. Como diria a propaganda da Coca-Cola: viva a diferença!
Obs. 4: Não sou contra nenhum estilo musical. Respeito todos! Então, por favor, respeitem o meu.


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domingo, 4 de janeiro de 2009

O poder do fim do dia

Sinceramente. Eu preciso escrever. Só não sei o quê. Poderia falar do maravilhoso filme que vi hoje no cinema, ou do fato de que minha família, que às vezes quer ir à falência, tenha se reunido para vê-lo, ou que hoje eu acordei feliz e agora tô com a sensação de que passou um trator por cima de mim.
Não faltaria assunto. A verdade é que eu estou numa angústia tão grande que não sei escolher. Talvez fosse interessante dizer do DVD da Celine Dion "A New Day Life in Las Vegas" que ganhei, amei e estou com as músicas na cabeça - coisa boa. Ou da minha chefe que me liga em pleno domingo pra me dar puxão de orelha, embora eu mereça - coisa ruim. Ou mesmo da minha vizinha que chuta o cachorro, minha mãe quer cuidar pra evitar, mas a mulher não que dar: não gosta da cadelinha, mas quer vendê-la a R$ 80, no mínimo. Enfim, o poder que a vida tem de fazer um dia ser bom em sua quase totalidade e arrasá-lo, destruí-lo ao final...
Poderia eu falar disso tudo (que aconteceu hoje), ou de outras coisas de ontem que foram legais e pertinentes para um assunto no blog. Mas eu não consigo escrever. Eu não estou bem. Meu dia não foi legal. Ou pelo menos, o fim dele não foi. E quando o fim não é legal, a gente se esquece de como começou.
Desculpem, então, ficar falando essas coisas aqui, mas eu precisava desabafar em algum lugar. Eu precisava escrever...