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sexta-feira, 6 de abril de 2012

O retorno do Titanic

Ontem falamos de titãs por aqui. Hoje falaremos de outro. Trata-se do malfadado Titanic. O navio-personagem do maior desastre marítimo de todos os tempos. Foram mais de 1.500 mortes (cerca de 68,2% dos passageiros). Além do absurdo número de mortos, é espantoso como os números revelam a desigualdade social mesmo nos momentos em que isso deveria ser menos importante que a vida. 75,5% dos passageiros da Terceira Classe morreram no desastre. Enquanto isso, apenas 39,5% da Primeira Classe foram vítimas do acidente.
Tido como "inafundável", cuja força "nem Deus poderia fazer naufragar", o gigante de 256 metros de comprimento, era contraditório até em aspectos superficiais: levava o nome de demônios, mas quis aparecer com a mesma majestade, força e poder dos deuses da mitologia grega.
Luxuoso ao extremo, foi a única promessa que conseguiu cumprir. Afundou na viagem inaugural, não contava com todos os equipamentos de segurança necessários para avistar um iceberg (os vigias não dispunham de binóculos) e viajava à toda força em uma região que já havia sido identificada como repleta de montanhas de gelo.
Na terça-feira, relembramos o centenário da saída de Southampton, na Inglaterra. E no sábado, dia 14, o mundo relembra os 100 anos do naufrágio.

Atentos ao poder de marketing que um acontecimento destes pode render, e à arma poderosa que a Fox tem nas mãos, o longa-metragem "Titanic", de James Cameron, será relançado nos cinemas em 3D. Independente da qualidade da conversão para esta tecnologia, a experiência de reviver o Titanic na tela grande é ímpar.
Diferente do navio, o filme prometia ser um desastre e se revelou um marco. Até há pouco permanecia incólume como a maior bilheteria de todos os tempos. Foi superado apenas por "Avatar", do mesmo diretor, mas, ainda assim, sobreviveu a febres recentes e ao 3D massivo das atuais produções e permanece na segunda colocação. Faturou 11 estatuetas do Oscar, e se colocou entre os filmes mais premiados da história da Academia, igualando-se a "Ben-Hur" e só sendo alcançado em 2003, com "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei".
Apesar disso, estourou o orçamento em sua produção. A Fox liberou 135 milhões de dólares para a realização do projeto. Insuficiente devido à tamanha exigência e detalhismo de Cameron, a Paramount teve que entrar como investidora e distribuir o filme nos EUA. Assim, injetou mais 65 milhões para que tudo fosse concluído.
Finanças resolvidas, era hora do diretor brigar com a produtora, que exigia um filme mais curto, para render mais sessões. Irredutível, Cameron concluiu a produção com 3 horas e 15 minutos e não abria a mão disso. Neste ponto, acertou. O longa faturou 1,85 bilhão de dólares mundialmente, mesmo com menos sessões.
Sorte da produção ser teimosa em relação à música-tema. Cameron não queria que o filme tivesse um tema, mas "My Heart Will Go On", interpretada por Celine Dion, ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, além de dezenas de outros prêmios, alavancou a venda da Trilha Sonora do filme e funciona até hoje como um carimbo para esta grande produção.

Se tudo isso não é um bom motivo para você voltar ao cinema e rever "Titanic", então nenhum filme atual está à altura das suas exigências.
Um marco. Fascinante. Vívido!

Em Joinville, o GNC Cinemas do Joinville Garten Shopping exibe "Titanic 3D" numa pré-estreia hoje (sexta) e amanhã (sábado), às 21h45. A partir de sexta-feira que vem, o filme entra no circuito com mais sessões.

terça-feira, 22 de março de 2011

Águas do Pacífico sofrem com baixo oxigênio. Espécies estão morrendo.

Hoje é o dia mundial da água e o Andarilho não poderia deixar de comentar sobre o assunto. Por isso, fiz uma pausa nas nossas discussões sobre os problemas de Joinville.
Um dos temas mais recorrentes aqui neste espaço é a preservação do meio ambiente e, principalmente, a garantia da qualidade de vida - sustentável - dos seres humanos. E para garantir a nossa qualidade de vida, é preciso que a natureza esteja vivendo em harmonia.

Hoje trago uma questão interessante a respeito da água. Que ela é finita e as reservas próprias pra consumo humano são mínimas, todos nós já sabemos (ou deveríamos saber). Falar pra fechar as torneiras enquanto escovam-se os dentes, lavar o carro com balde e não mangueira, limpar a calçada com vassoura e não jato d'água e reutilizar a água da máquina na limpeza da casa também já são práticas que deveriam estar mais que assimiladas na população. Por isso, não vale ocupar linhas e tempo para reforçar tais coisas. Corra atrás do prejuízo se você ainda não faz nada disso.

A questão que trago hoje diz respeito às águas dos oceanos.

Muitos céticos acreditam que a água não vai acabar, e mesmo se acabar a solução está na dessalinização dos oceanos. Mas além de todos os impactos ambientais que essa prática acarreta, como a sobra do sal, a quantidade de energia gasta e os impactos no ecossistema, outro problema já está sendo detectado nos mares do nosso planeta.

Um documentário exibido há pouco tempo pela National Geografic mostrou a baixa oxigenação dos oceanos e o aumento de algas que eliminam a base da cadeia alimentar aquática. Afetando a base da cadeia alimentar, todo o restante da estrutura fica comprometida: os corais morrem, os peixes ficam sem comer e animais maiores, consequentemente, também ficam sem alimento por conta da mortandade dos peixes.
Além disso, a própria composição da água fica alterada e isso já acarreta prejuízos em toda a costa oeste dos Estados Unidos, atingindo o Canadá e México, além de estar se espalhando na região da linha do Equador para vários outros pontos do Oceano Pacífico.

Essas regiões estão apresentando características na água encontradas em regiões afetadas por erupções vulcânicas. A concentração de elementos nocivos à vida de diversas espécies é muito alta. Não falarei quais tipos de substâncias porque não cheguei a anotar, mas o vídeo mostrava claramente como a área era deserta de peixes. Eles não tinham como se alimentar, nem como sobreviver pela baixa quantidade de oxigênio encontrado na água.

É interessante ressaltar que essas coisas estão acontecendo devido à poluição do ar. Por muito tempo se acreditou que o fato do oceano neutralizar as emissões de gazes poluentes na atmosfera era algo bom, mas diante desses fatos mostrados no documentário da National Geografic, é possível ver que essa neutralização está matando o Oceano Pacífico, se alastrando e deve trazer consequências à vida humana.

Muito além de prejudicar práticas já comuns na humanidade hoje, como a pesca, tal interferência impossibilita a dessalinização da água, já que seu composto químico está alterado.

Ou seja, resta aos céticos se renderem às reações da natureza e começarem a preservar. Menos poluição e mais consciência, para que nossos oceanos continuem vivos e povoados e nossa água potável não acabe e seja extraída conscientemente dos lugares onde a natureza, em sua grandiosa generosidade, nos dá.

E, como não poderia deixar de ser, se diariamente você quiser ficar mais informado sobre as questões da água e da natureza, indico dois excelentes blogs atualizadíssimos e com informações quentes de prevenção e consequências da nossa vida descuidada com os bens naturais:
Planeta Água e Consciência com Ciência.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A chuva em Joinville e no resto do Brasil

O mês de janeiro sempre é responsável por trazer um inconveniente trágico: a chuva. Mas... peraí! A chuva não é um elemento da natureza, existente desde sempre e sem força para causar tragédias como furacões e vulcões o fazem? A resposta seria sim, mas não é o que estamos observando nos últimos anos.
Chuvas frequentes associadas ao intransigência da população, da especulação imobiliária e ao descaso político e social estão desolando a vida de milhões de pessoas. Em novembro de 2008, pela segunda vez na história da cidade, Blumenau, em Santa Catarina, teve de enfrentar aquele tipo de enchente que obriga uma cidade a recomeçar do zero. E não só ela. Várias cidades catarinenses foram afetadas.
Ano passado a bela Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, enfrentou a fúria das águas: elas encharcaram os morros que desabaram e causaram mortes. Este ano o Rio de Janeiro viu repetir a mesma cena, mas com mais intensidade e em outra região: na serra.
E de quem é a culpa?

Joinville é uma cidade conhecida pela frequência de precipitações. Segundo estudiosos em metereologia, esta é uma das cidades com a maior frequência de chuva do país. Então fica claro que estamos acostumados aos guarda-chuvas. Ainda assim, passamos por alagamentos e perdas há muito tempo e essa realidade nunca muda. Pelo contrário: cada ano a coisa piora.
Pelo que eu sei, na China, por exemplo, os prédios são construídos para que a estrutura consiga se manter em pé em um caso de terremoto. No Chile isso também ocorre. Eles fazem isso porque sabem que essas regiões são muito propícias a abalos císmicos. Mas aqui no Brasil a coisa não funciona desse modo.
Jutta Hagemann, joinvilense e historiadora entusiasta, conta que as enchentes sempre aconteceram na cidade, desde a chegada dos imigrantes, em 1851.



O fato é que Joinville tem pontos abaixo do nível do mar, como o Centro, por onde passa o Rio Cachoeira e sofre, além da chuva, com a influência das marés. Se isso é típico da cidade, porque ninguém nunca fez nada? Porque não existem sistemas especiais de captação da água da chuva, redes pluviais largas, piscinões e o que mais a tecnologia permitir? Certamente essas coisas são mais simples e baratas que estruturas prediais a prova de terremotos, não? Será que desde 1851, durante o crescimento da cidade, entre as várias enchentes que ocorrem, nunca NINGUÉM sentiu a necessidade de fazer algo? Faltou dinheiro? Faltou tempo?
Não dá para culparmos - somente - o governo atual. Porque os outros prefeitos também nunca fizeram nada?


Além do descaso das autoridades, temos o agravante da falta de educação da população que joga lixo nas ruas; as águas levam para os bueiros e entopem as bocas de lobo. Sem educação, não há político que faça a realidade das enchentes mudarem. E aqui a culpa é somente dos atuais moradores, porque não creio que em 1851 eles tivessem muito lixo pra jogar na rua...

Da mesma forma que em Joinville, no Rio de Janeiro as autoridades sabiam do risco que aquelas regiões corriam. Mas não fizeram nada! E da mesma forma como aqui, a população sabe que tem que agir de modo diferente e mais respeitoso com a natureza e não o faz.
O que não pode acontecer é ficarmos - nós e as autoridades - parados sem mudanças de atitudes. Isso é regressão. Isso é querer morrer.