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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Motorista se recusa a ajudar passageira em Joinville


Este texto vai inaugurar um manifesto mais que necessário por Joinville. Um manifesto em favor da melhoria da qualidade dos serviços de transporte coletivo da cidade. Chega de abuso, desrespeito e rumos para o transporte por ônibus decididos por pessoas que não o usam e, assim, ferram com a vida de quem é obrigado a usar este serviço diariamente.

Nesta quinta-feira, 18 de outubro de 2012, tive mais uma prova da falta de preparo e cortesia que acomete a maioria dos motoristas da cidade.
Uma mulher que visivelmente não costumava usar o ônibus para o seu deslocamento, embarcou na linha Benjamin Constant, da Transtusa, com saída do Terminal Central às 18h24 no ponto em frente ao Hospital Unimed com a filha pequena. Antes de passar na roleta, a mulher perguntou educadamente para o motorista se ela poderia descer pela porta da frente, pois o ônibus estava cheio e sua filha pequena poderia ter dificuldades em equilibrar-se até chegar na porta traseira. Secamente ele negou. Sem pestanejar, a mulher passou o cartão na máquina para liberar a passagem da menina e acabou rolando a catraca antes da menina passar.
Confusa, perguntou ao motorista o que ela poderia fazer: “Moço, eu nunca peguei ônibus”, avisou. “O que eu posso fazer? Perdi a passagem?”. O motorista respondeu, dizendo que não poderia fazer nada, que ela não poderia desembarcar pela porta dianteira e que ela tinha que se virar. Nervosa, ela alterou a voz, sem saber o que fazer, porque o motorista não demonstrou nem cortesia, nem vontade de ajudar. Foi por iniciativa dos outros passageiros que a menina foi pega no colo e passada por cima da roleta para o outro lado.

Em seguida a mãe da menina pagou a passagem embarcada, R$ 3,10, para que, enfim, também pudesse passar. No momento em que iria passar, novamente se atrapalhou, do mesmo modo que aconteceu com a filha, e girou a catraca sem ter passado.
Nervosa e já chorando, ela repetia diversas vezes que estava confusa porque nunca tinha pegado ônibus. O motorista alterou a voz dizendo que nada podia fazer. Os passageiros, revoltados, clamavam para que o motorista, pelo menos, deixasse que ela descesse pela porta da frente, pois ela já tinha pagado a passagem. Ele apenas dizia que não poderia fazer nada, pois não iria tirar dinheiro do bolso dele para pagar a passagem para ela.

Desorientada, a mulher já ia sacando a carteira para pagar mais uma passagem quando cerca de cinco pessoas se prontificaram a pagar a passagem dela sob protestos. Uma das passageiras berrou dizendo: “Você trata ela assim porque não é com sua mãe nem com sua esposa, né, seu grosso?”. Outros protestos e xingamentos de “grosso” e “estúpido” se seguiram.
Por fim, o que restou foram as conversas em dupla dos passageiros indignados com a situação e com a falta de preparo do motorista para lidar com tal situação.

Ora, analisemos o caso: é fato que a mulher tinha um tanto de falta de senso de lógica ao rodar a catraca sem passar por ela. Ainda assim, em qualquer lugar que trabalhe com o público, a mais básica das orientações é não contar com a capacidade lógica das pessoas. Se for necessário orientar para que a pessoa possa executar ações básicas, assim deve ser feito. Da mesma forma, se a pessoa fizer perguntas óbvias, elas devem ser respondidas. Sem sarcasmo.

Assim, da mesma maneira que é visível a falta de lógica das ações da passageira protagonista desta história, também é visível a falta de preparo do motorista para lidar com o público. Talvez porque a função dele não seja ajudar as pessoas. E essa afirmação está correta. Em qualquer cidade que se preze, existe um cobrador para informar, orientar, auxiliar e óbvio, cobrar dos passageiros. Em Joinville esse profissional não existe. Com isso, os motoristas têm funções acumuladas e acabam protagonizando situações como estas.

Tá faltando respeito, preparo e cordialidade entre os motoristas de ônibus em Joinville. E esse caso não é único. Virão outros por aqui. E se não falta orientações para que os motoristas atendam bem ao público, é preciso, então, que os cobradores voltem a existir.
Chega de pagar quase R$ 3 para levar de brinde mau humor!

Se você também tem alguma denúncia de mau atendimento ou má qualidade dos serviços de transporte coletivo em Joinville, nos contate! Este espaço será aberto para denunciarmos e divulgarmos a falta de respeito da prefeitura, da Gidion, Transtusa e Passebus com a população joinvilense.