Mostrando postagens com marcador Joinville. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Joinville. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Motorista se recusa a ajudar passageira em Joinville


Este texto vai inaugurar um manifesto mais que necessário por Joinville. Um manifesto em favor da melhoria da qualidade dos serviços de transporte coletivo da cidade. Chega de abuso, desrespeito e rumos para o transporte por ônibus decididos por pessoas que não o usam e, assim, ferram com a vida de quem é obrigado a usar este serviço diariamente.

Nesta quinta-feira, 18 de outubro de 2012, tive mais uma prova da falta de preparo e cortesia que acomete a maioria dos motoristas da cidade.
Uma mulher que visivelmente não costumava usar o ônibus para o seu deslocamento, embarcou na linha Benjamin Constant, da Transtusa, com saída do Terminal Central às 18h24 no ponto em frente ao Hospital Unimed com a filha pequena. Antes de passar na roleta, a mulher perguntou educadamente para o motorista se ela poderia descer pela porta da frente, pois o ônibus estava cheio e sua filha pequena poderia ter dificuldades em equilibrar-se até chegar na porta traseira. Secamente ele negou. Sem pestanejar, a mulher passou o cartão na máquina para liberar a passagem da menina e acabou rolando a catraca antes da menina passar.
Confusa, perguntou ao motorista o que ela poderia fazer: “Moço, eu nunca peguei ônibus”, avisou. “O que eu posso fazer? Perdi a passagem?”. O motorista respondeu, dizendo que não poderia fazer nada, que ela não poderia desembarcar pela porta dianteira e que ela tinha que se virar. Nervosa, ela alterou a voz, sem saber o que fazer, porque o motorista não demonstrou nem cortesia, nem vontade de ajudar. Foi por iniciativa dos outros passageiros que a menina foi pega no colo e passada por cima da roleta para o outro lado.

Em seguida a mãe da menina pagou a passagem embarcada, R$ 3,10, para que, enfim, também pudesse passar. No momento em que iria passar, novamente se atrapalhou, do mesmo modo que aconteceu com a filha, e girou a catraca sem ter passado.
Nervosa e já chorando, ela repetia diversas vezes que estava confusa porque nunca tinha pegado ônibus. O motorista alterou a voz dizendo que nada podia fazer. Os passageiros, revoltados, clamavam para que o motorista, pelo menos, deixasse que ela descesse pela porta da frente, pois ela já tinha pagado a passagem. Ele apenas dizia que não poderia fazer nada, pois não iria tirar dinheiro do bolso dele para pagar a passagem para ela.

Desorientada, a mulher já ia sacando a carteira para pagar mais uma passagem quando cerca de cinco pessoas se prontificaram a pagar a passagem dela sob protestos. Uma das passageiras berrou dizendo: “Você trata ela assim porque não é com sua mãe nem com sua esposa, né, seu grosso?”. Outros protestos e xingamentos de “grosso” e “estúpido” se seguiram.
Por fim, o que restou foram as conversas em dupla dos passageiros indignados com a situação e com a falta de preparo do motorista para lidar com tal situação.

Ora, analisemos o caso: é fato que a mulher tinha um tanto de falta de senso de lógica ao rodar a catraca sem passar por ela. Ainda assim, em qualquer lugar que trabalhe com o público, a mais básica das orientações é não contar com a capacidade lógica das pessoas. Se for necessário orientar para que a pessoa possa executar ações básicas, assim deve ser feito. Da mesma forma, se a pessoa fizer perguntas óbvias, elas devem ser respondidas. Sem sarcasmo.

Assim, da mesma maneira que é visível a falta de lógica das ações da passageira protagonista desta história, também é visível a falta de preparo do motorista para lidar com o público. Talvez porque a função dele não seja ajudar as pessoas. E essa afirmação está correta. Em qualquer cidade que se preze, existe um cobrador para informar, orientar, auxiliar e óbvio, cobrar dos passageiros. Em Joinville esse profissional não existe. Com isso, os motoristas têm funções acumuladas e acabam protagonizando situações como estas.

Tá faltando respeito, preparo e cordialidade entre os motoristas de ônibus em Joinville. E esse caso não é único. Virão outros por aqui. E se não falta orientações para que os motoristas atendam bem ao público, é preciso, então, que os cobradores voltem a existir.
Chega de pagar quase R$ 3 para levar de brinde mau humor!

Se você também tem alguma denúncia de mau atendimento ou má qualidade dos serviços de transporte coletivo em Joinville, nos contate! Este espaço será aberto para denunciarmos e divulgarmos a falta de respeito da prefeitura, da Gidion, Transtusa e Passebus com a população joinvilense.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Leonel e o ninho de cobras


Leonel Camasão é filiado a um partido recente, pequeno e com ideias e propostas desconhecidas da grande maioria. O problema é que, ao apresentar as ideias e a forma de trabalhar do PSOL, o povo joinvilense tenha ficado um tanto espantado.

Isso porque não é natural em Joinville que se discuta temas como igualdade, respeito, limites entre público e privado e defesa das minorias em prol do todo. Joinville é a cidade do individualismo e, infelizmente, usar o espaço político para mudar essa mentalidade, embora necessário e ideal, não é vista com simpatia e acaba afugentando votos.
Assim, quando Leonel propõe reduzir o salário do prefeito e acabar com as secretarias regionais, o povo se assusta. Ora, apesar de eu achar interessante a justificativa para a permanência e criação das secretarias regionais, nada do que foi proposto acontece. Elas têm pouca autonomia e servem basicamente para trampolim político dos secretários num futuro cargo de vereador e cabide de empregos, inchando a folha de pagamento da prefeitura.

Mas as secretarias foram criadas por Luiz Henrique e o nome dele parece ser imaculado na Cidade dos Príncipes. Não sei por quais motivos, afinal, foi este sujeito que deu autonomia para as empresas de ônibus agirem do modo como agem hoje em dia, por exemplo, reclamando o preço da passagem que bem entendem e tratando os usuários como se fossem sardinhas.

Leonel é contra tudo isso. E pode até existir gente que concorde com as ideias dele, mas teme duas coisas: a primeira de todas é a “perda de voto”. Já que Leonel não está bem colocado nas pesquisas, pensam que vão jogar o voto fora. Malditas pessoas que votam tendo a pesquisa eleitoral como condicionante! Se todo mundo que pensasse assim efetivamente votasse em Leonel, se não o levasse à prefeitura, pelo menos o colocaria numa boa posição.
O outro motivo é o comodismo. É muito mais fácil viver numa Cidade dos Príncipes. E por que eu repito esse título? Porque somos súditos. Meros súditos do empresariado dessa cidade, dos donos das terras, dos imóveis, das igrejas e das empresas. Aprendemos e nos acostumamos e obedecer. Votar diferente significa sair da realidade de formigas: acostumadas a andar enfileiradas, se perdem quando aparece qualquer obstáculo no caminho. Assim é o joinvilense: prefere ser comandado a tomar frente da situação e decidir que as coisas devem ser diferentes.

Estamos inseridos em uma realidade de preconceito, fundamentalismo e autoritarismo. Por anos fomos comandados por oligarquias no Estado. E continuam os mesmos nomes, ainda que corruptos e com atuações questionáveis – tal como Tebaldi e Luiz Henrique – a governar o povo joinvilense e catarinense. Nesta realidade, Leonel pode ter dificuldades em governar. Não duvido que o governador do Estado, Raimundo Colombo, que é do mesmo partido do candidato Kennedy Nunes, esqueça ainda mais Joinville. Os investimentos do Estado para nós já são ínfimos; temo que Leonel na prefeitura possa causar ainda mais desagrado aos poderosos.
Será um grande desafio para ele lidar com isso: a Acij influente, que vai querer abatimento de impostos dos ricos, enquanto os pequenos empresários terão que pagar a conta não paga pelas multinacionais que porventura queiram se instalar aqui. Leonel terá escolhas difíceis e pode ter que conviver quatro anos em um ninho de cobras. Cobras que maioria dos joinvilenses alimenta a cada dois anos com as eleições em todas as esferas do poder.

Aqui nos cabe apenas refletir. Leonel tem boas propostas, boas ideias e traz um modelo de governo necessário para que Joinville seja mais educada, mais humana e justa. Mas sobreviverá ele a uma realidade de individualismo e autoritarismo predominantes no âmbito político estadual e federal no qual a cidade está inserida?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

"O Andarilho" é abertamente CONTRA a candidatura de Tebaldi

Ainda falta falar de mais três candidatos ao cargo de prefeito de Joinville, mas antes que chegue a vez dele, é preciso deixar claro que este blog fará de tudo para contribuir com A NÃO ELEIÇÃO DO DEPUTADO MARCO TEBALDI.

Além dessa imagem referente ao Código Florestal, que ele votou a favor, tem os processos judiciais movidos contra ele, e o candidato insiste em dizer que isso é normal. Não sei de onde.
Além disso, enquanto prefeito, Joinville esteve constantemente envolvida em escândalos, seja por conta da corrupção ou por compra de vaga do time de Joinville em campeonato de futebol.
Tebaldi fez asfalto casca de ovo, começou e esqueceu a obra no São José (e agora diz que vai terminar), ergueu o prédio do PA do Aventureiro, não equipou e diz que o pronto atendimento é realização dele (sendo que sem médicos e equipamentos, de nada valem as paredes).

Tebaldi construiu a Arena, uma jogada (com perdão do trocadilho) extremamente eleitoreira. A obra está cheia de sérios problemas estruturais, cuja reforma completa custaria o o que foi gasto até o momento com a construção.
E as escolas que começaram a ser interditadas no início de 2009? Como seria culpa do governo atual com poucos meses de casa? Claro que foi Tebaldi que permitiu que as coisas atingissem tais níveis alarmantes. Além das enchentes, que ele nunca sequer tentou resolver.

Tebaldi foi um dos prefeitos que mais aumentou a passagem de ônibus e o serviço prestado nunca melhorou. Tebaldi deixou uma dívida milionária para a prefeitura e amargava índices de rejeição na eleição de 2008 por conta de sua péssima atuação.


O ANDARILHO NÃO QUER TEBALDI NOVAMENTE! PELO BEM DE JOINVILLE, VAMOS TIRAR TEBALDI DO SEGUNDO TURNO!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ensino Integral: uma solução não tão boa quanto parece

A seguir vocês vão poder ler um texto da minha irmã, Bruna Reinert. Pedi para que ela escrevesse sobre o Ensino Médio Integral, experiência do governo do estado implantado em algumas escolas de Santa Catarina enquanto o atual candidato a prefeito, Marco Tebaldi, era secretário estadual da educação. Minha irmã foi duramente prejudicada com a falta de preparo pedagógico e estrutural da escola para tal iniciativa. E nem era culpa dos professores. Em conversa com uma orientadora do colégio, à época que minha irmã ainda estudava em período integral (pediu para mudar justamente por conta da péssima qualidade do projeto), ela me disse que a ideia foi empurrada goela abaixo e não foram dadas as condições mínimas para que a escola pudesse trabalhar dessa forma.
Historicamente, o ensino de responsabilidade do governo do Estado em Santa Catarina, é ruim e continua sendo. Por isso talvez haveria diferença na qualidade do ensino integral lá e aqui. Penso que não. Joinville acabou de sair do turno intermediário. É hora de melhorar a qualidade do ensino regular, valorizar sempre e cada vez mais os professores, trabalhar para aumento da qualidade da infraestrutura educacional da cidade e oferecer opções no contraturno. Ainda não temos como suportar Ensino Integral em escola pública, nem mesmo arcar com possibilidades tecnológicas mirabolantes aquém do necessário para que o ambiente escolar seja bom.
O exemplo vocês podem ver a seguir:



Teríamos laboratórios, salas com televisões, um bom auditório, uma sala de informática adequada, quadra de esportes, cursos técnicos, aulas de conversação para inglês e espanhol, tempo necessário para fazer as tarefas e trabalhos na escola já que ficaríamos oito horas lá. E o grande objetivo era tirar os jovens da rua e melhorar a imagem da escola estadual. Tudo isso foi o que prometeram para as escolas que adotariam o Ensino Médio Integral.
            
Todas essas novidades foram apresentadas para os alunos do 9º ano do ensino fundamental, para ajudar na escolha de uma escola depois que se formassem. E foi por isso que eu fui para o Arnaldo Moreira Douat, no Costa e Silva, que adotou o Ensino Integral, apesar de não ter estrutura nenhuma para comportar isso. Mas a promessa de receber uma boa verba para ajudar a escola fez com que eles tivessem esperança de uma escola com uma estrutura melhor.
            
Já nos primeiros dias de aula o problema mais comum das escolas estaduais apareceu: a falta de professores. Ficávamos duas, três aulas sem atividades por falta de profissionais e só podíamos recorrer ao ping-pong já que a escola, até algumas semanas atrás, não tinha quadra. Resolvido o problema com os professores, agora o drama era os laboratórios, auditório, biblioteca e sala de informática. Nada disso era bom, auditório caindo aos pedaços, depois veio a “reforma”, laboratório sem espaço nenhum, biblioteca sempre fechada e sala de informática com quase todos os computadores estragados. Quando viram que não era possível resolver todos estes problemas, esqueceram da escola, porque, segundo a direção, a verba não tinha vindo como o prometido. Acho que não preciso nem comentar muito dos “cursos técnicos” que davam pra gente que eram, na verdade, o ping-pong,, capoeira, dança e xadrez.Até hoje tento entender o que isso vai acrescentar no currículo. Os horários que serviriam pra pudéssemos fazer os trabalhos e tarefas se resumiam às duas últimas aulas somente nas segundas-feiras. Mas depois retiraram esse horário e nos liberavam mais cedo todas as segundas pra fazermos os trabalhos em casa. Quando questionamos isso falaram que não estávamos fazendo nada mais do que a nossa obrigação.

Depois de todas as coisas erradas que estavam acontecendo e como todos os alunos viram que estávamos sendo prejudicados, decidimos fazer uma paralisação para pedir a liberação da quadra e cobrar as promessas não compridas. Não adiantou nada, pois, ao que parece, aluno de escola estadual não tem voz. Nada mudou.
            
Acho que por último e não menos importante é a questão da “aula de conversação”. Em espanhol, depois de quase meio ano perdido sem professor, encontraram alguém realmente bom. Nossas aulas só se resumiam a trabalhos e atividades. E a aula de inglês, foi a motivadora por eu ter saído do Ensino Médio Integral. Em inglês a professora não tinha diploma, estava no primeiro ano da faculdade e do cursinho de inglês. O que a gente fazia na aula? Cantávamos e líamos duas linhas do livro de inglês para a “aula de conversação”.
            
Não exagerei em nada do que disse, muito pelo contrário, estou meio que amenizando as coisas. As salas climatizadas, que falavam que iríamos ter, chegou no começo do inverno só com os condicionadores de ar pregados na parede. Ainda fazíamos as tarefas em casa, éramos obrigados a fazer os “cursos técnicos” mesmo se não gostássemos ou mesmo sabendo da inutilidade deles. Alunos e, principalmente, professores – que são muito mal pagos – estavam esgotados muito antes do meio do ano, as aulas não estavam rendendo por isso. Nenhuma promessa ou objetivo da Ensino Médio Integral foi cumprida, nenhum objetivo alcançado. Só conseguiram, por um tempo limitado, ocupar os jovens o dia inteiro. Apesar disso, meses depois do início do ano letivo, muitos decidiram desistir de estudar.

Agora eu me pergunto, o que o Ensino Integral tem de bom?

Bruna Reinert tem 16 anos e está no primeiro ano do Ensino Médio. Assim como dezenas de alunos, ela saiu do turno integral por insatisfação e agora está no turno da noite. Outros alunos trocaram de escola e, segundo ela, ainda há os que pararam de estudar, desmotivados. De acordo com a escola, foi necessário fechar uma das turmas do Ensino Médio Integral por falta de alunos.


domingo, 30 de setembro de 2012

Udo: a menina dos olhos de Luiz Henrique


Está tudo lá: um gesto marcante (antes as mãos juntas “por toda Santa Catarina”, agora, a batidinha na palma da mão “com mãos limpas”), a cartilha do Plano 15 e a ideia de passar a imagem de um político “gente como a gente”. Tudo bem, isso pode ser somente coincidências de marketing. Mas é inegável que Udo Döhler é um bonequinho de Luiz Henrique que, estando no senado, precisa de um discípulo fiel aqui na maior cidade de Santa Catarina para garantir seu reduto eleitoral.

Ao contrário do que aparece na propaganda eleitoral, Udo não é um cara que sai andando pela sua indústria ou por seu hospital cumprimentando e conversando com todo mundo. Sequer é visto com frequência. E eu conheço mais gente que trabalha/trabalhava nessas duas empresas do que a quantidade que já foi mostrada na propaganda do candidato.

Não concordo com a estratégia dos adversários de ficar apelando para suposições, tal como o possível racismo de Udo, ou do fato de o Dona Helena não atender pobres. Mais: apesar de ser fato o episódio das funcionárias da Döhler amarradas, não penso que isso contribua com o debate político, até porque tenho certeza que, se eleito, Udo não vai ficar amarrando ninguém em nenhum lugar.

Mas o que põe em discussão a qualidade da administração de Udo é o jeito Luiz Henrique de governar. LHS fez grandes obras para Joinville. E apenas grandes, porque úteis nem todas eram. Basta ver o Centreventos, cuja adaptação para shows, por exemplo, pode custar até R$ 25 mil. O Juarez Machado é mais um auditório de luxo do que teatro. Pra piorar, o prédio foi erguido em cima do que era pra ser o Teatro Municipal. E até hoje não temos o Teatro Municipal.
Luiz Henrique jogou a cavalaria da Polícia Militar junto com máquinas retroescavadeiras em cima dos comerciantes de rua do calçadão da Rua do Príncipe, para abrir uma rua que complicou ainda mais o trânsito do Centro. E sobre o álibi de estar melhorando o sistema de transporte coletivo da cidade, autorizou – anticonstitucionalmente, sem licitação – a exploração do serviço por 14 anos para a Transtusa e Gidion, que até hoje praticam preços abusivos, garantidos pelo acordo entre as empresas e a prefeitura, além de exercer um atendimento à população aquém do necessário, de péssima qualidade.
O asfalto, feito a torto e a direita, foi realizado sem drenagem e sem saneamento básico. Com os anos, os bairros começaram a sofrer com os alagamentos e os rios ficavam ainda piores com o esgoto não tratado despejado neles.
Enquanto isso, LHS continuava com suas obras megalomaníacas, que o fez ser a maior personalidade política da cidade, imbatível por aqui.
Hoje, ele está lá em Brasília defendendo o novo Código Florestal que beneficia os ruralistas, legaliza a destruição do que resta da Mata Atlântica e aprova o desmatamento da floresta Amazônica.
Não tenho dúvida que Udo vai governar sob a sombra de LHS. Até porque a atitude de se candidatar não partiu de Udo, mas de um “namoro” longo que o ex-prefeito manteve com o empresário para que o PMDB retomasse a administração municipal.

Diante disso tudo nos resta saber: como ficará o transporte coletivo na cidade? Será que Udo fará alguma coisa para destituir do poder os seus amiguinhos da Transtusa e da Gidion? Será que Udo vai continuar a atender a cidade com uma nova rede de tratamento de esgoto? Será que Udo vai fazer alguma coisa para despoluir o Rio Cachoeira que sua empresa tanto ajudou a poluir com as toxinas despejadas nele? Será que Udo vai realmente pensar nas pessoas diante do seu histórico à frente da Acij e da defesa dos interesses do empresariado da cidade? Quem terá mais peso nas decisões de Udo? Seus amigos da Acij afoitos pela especulação imobiliária, pelo enchimento da cidade com veículos por parte das concessionárias, ou o povo com a necessidade de moradia e de transporte coletivo de qualidade?

Deixemos as possibilidades de racismo, mulheres amarradas, xenofobia e toxinas no Cachoeira de lado: será que Udo quer governar Joinville por vontade própria? Será que ele vai ser prefeito para os joinvilenses ou para os empresários da cidade? Será que ele quer defender os interesses da população ou do Luiz Henrique? Udo seria o melhor prefeito para Joinville?

domingo, 2 de setembro de 2012

Kennedy: aquele que diz só o que o povo quer ouvir


O primeiro problema do senhor Kennedy Nunes para prefeito é o fato de ele ser evangélico. E não é apenas um achismo meu. Na própria Bíblia, livro-referência de qualquer cristão, Jesus é claro ao dizer “daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Se você é um missionário cristão e tem compromissos eclesiásticos, você não deve estar a serviço de César. Mais do que dar dinheiro, é trabalhar para ele. E aqui entendamos César como todo o contexto político atual, que envolve jogo de interesses e alianças multipartidárias que atendam aos interesses dos partidos em todas as esferas geográficas: locais, regionais, estaduais e federais.

O segundo problema, que está além do religioso, é as questões políticas e culturais. Não sejamos hipócritas. É óbvio que estaremos sujeitos aos princípios do prefeito para qualquer manifestação que a população queira fazer: grandes eventos que não sejam evangélicos (missas campais, eventos espíritas, passeastas feministas, passeatas levantando discussões como a legalização de certos tipos de drogas e lutas por direitos LGBT).
Aqui não falo concordando ou não com essas causas porque não vem ao caso. Também não estou me posicionando diretamente ao que eu creio que seja o pensamento do candidato Kennedy. A questão é: uma cidade não pode ser governada pelo pensamento de uma pessoa. A população de um município deve ter a liberdade de expressar suas diferentes formas de pensar e de crer. E um candidato evangélico põe em sérios riscos este direito conquistado desde o fim da ditadura militar: o direito à democracia, ao respeito multicultural e à expressão de ideias e opiniões diversas. Enfim, o respeito à diversidade.

Para além dessas questões ideológicas, temos o próprio histórico do Kennedy. Como parlamentar na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, sua principal missão era se projetar como prefeito e não atuar como deputado. Fez poucas coisas que trouxessem melhorias significativas para Joinville. Pelo contrário, mesmo sendo do mesmo partido do governador, jamais cobrou melhorias na educação estadual e vemos diversos colégios administrados pelo estado freqüentemente sendo interditados pela vigilância sanitária e com falta de professores e infraestrutura, além de não fazer nada para impedir que fossem fechados dez leitos no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, afogando ainda mais o São José, que mesmo sendo municipal precisa atender a demanda da região.
Uma prova simples do que eu falo: em algum programa da candidatura do Kennedy é mencionado algo relevante que ele fez em sua carreira como deputado estadual?
Fica a reflexão.

Por último, vem as propostas. Para o transporte coletivo, a única proposta é a redução do valor da passagem em R$ 0,35. Logo a passagem volta ao preço que está e a qualidade do serviço não vai ser melhorada, afinal, isso o Kennedy parece ignorar. É a prova que ele pouco conhece das verdadeiras melhorias que precisamos no transporte coletivo de Joinville.
E o maior e grande discurso do Kennedy é o alargamento de ruas e a chuva de elevados que ele quer trazer à cidade. Eu gosto e concordo com a ideia de elevados, mas em alguns pontos altamente críticos e perigosos da cidade, criteriosamente selecionados e que, pelo que me ocorre, não mais que dois (aquele cruzamento da Marquês de Olinda com a Ottokar Doerffel e na Santos Dumont com a Tuiuti, pra agilizar o acesso ao Jardim Paraíso e melhorar o tráfego para o aeroporto).
Ainda assim, elevados não são soluções inteligentes para a mobilidade urbana. É preciso investir mais em transporte coletivo (e não só reduzir R$ 0,35 a passagem), melhorar as ciclovias e ciclofaixas da cidade e as calçadas, dando alternativas para além do transporte individual aos joinvilenses. Isso é um convenção no mundo todo: as soluções para a mobilidade urbana estão em substituir o transporte individual pelo coletivo. E o Kennedy ainda não compreendeu isso.

Além disso, muitas das propostas que ele vem citando são projetos que já estão contemplados com um dinheiro trazido do BNDES pelo governo do estado e estão em fase de licitação (como as melhorias na Santos Dumont).
Precisamos ter cuidado com pessoas de boa lábia e comunicabilidade. Estas sabem se fazer passar por solucionadores de problemas. Mas basta pensarmos um pouco mais pra identificarmos que as soluções não são exatamente aquelas. Pode até ser o que o povo quer ouvir e ver. Mas não é o que ele precisa.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A Cidade da Dança

Joinville tem alguns títulos conhecidos em toda Santa Catarina: Cidade dos Príncipes, das Bicicletas, das Flores e da Dança. Destes, os dois primeiros talvez sejam os que têm menos razões para existir. Apesar de, historicamente, a então Colônia Dona Francisca ter sido um pedaço de terra oferecido como dote de casamento à princesa Dona Francisca, eles jamais estiveram aqui. As bicicletas tiveram sua época, mas hoje a cidade é tomada pelos carros; e algumas fontes chegam a dizer que Joinville é o município brasileiro com o maior número de carros no país, proporcionalmente à sua população, claro.

Mas Cidade das Flores é algo que já podemos relevar. Apesar de não ser tão florida quanto era nas primeiras décadas de existência, a maior cidade catarinense realiza um dos mais antigos e mais tradicionais festivais dedicados às flores no Brasil. Mas é como Cidade da Dança que Joinville encontra o título mais definidor da sua vocação cultural.
Além de abrigar a única filial da Escola do Teatro Bolshoi fora da Rússia, Joinville promove o maior Festival de Dança do Mundo. Bailarinos de várias cidades e nacionalidades vêm para cá assistir, aprender e se apresentar em palcos espalhados por toda a cidade: praças, shoppings, hospitais, pátios das indústrias (que aqui tem aos montes) e o coração de tudo: o Centreventos Cau Hansen (foto abaixo), onde ocorre as noites de abertura, de gala, encerramento e as mostras competitivas.
Os pequenos também têm seu espaço. No Teatro Juarez Machado, crianças apresentam os passos ensaiados com dedicação e responsabilidade, numa demonstração de dedicação de colocar inveja em qualquer marmanjo.

Centreventos: a Arena Multiuso palco das principais
apresentações do Festival

A Feira das Sapatilhas, além de ser ponto de encontro de todas as pessoas que fazem e prestigiam essa festa, vira um shopping de artigos para dança, sempre ao som das músicas que embalam as coreografias do palco instalado lá.
Tudo se tranforma. São dez dias que Joinville respira cultura, tão em falta no dia-a-dia daqui. Quem, em dias comuns, não se mostra nem um pouco interessado em qualquer tipo de arte, é pego de surpresa tendo a atenção presa em alguma atração das tantas espalhadas pela cidade. Ainda que habitualmente os joinvilenses não sejam tão adeptos e receptivos a programas culturais, esta festa é aceita, celebrada e vivida com entusiasmo. E não falo de pouco entusiasmo: são 30 anos de Festival. Três décadas que os maiores nomes da dança nacional e internacional falam, conhecem e se apresentam em Joinville.

Aos que vivem aqui e não sabem dar um passo de qualquer tipo de dança, resta dançar com os olhos. Sim, o brilho do olhar dança no ritmo da coreografia assistida. Ao final, depois do som da música e do silêncio da plateia, vem os aplausos. Aplausos a algo maravilhoso que acontece por aqui e que nos enche de alegria e orgulho de morar na Cidade da Dança.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Você precisa VER: Mostra do Oscar 2012

Verão acabando, temperaturas diminuindo e ir à praia no fim de semana se torna, cada vez mais, um programa não tão legal para os joinvilenses, certo? Ok, faz sentido. Mas isso não é motivo pra ficar se lamentando em casa!
O GNC Cinemas do Joinville Garten Shopping preparou para esta semana a "Mostra do Oscar 2012". Todos principais filmes vencedores do Oscar 2012 e já lançados no Brasil estarão em exibição nesta semana, de hoje até quinta-feira no cinema.

Confira a programação:

Hoje (sexta, 23/03):

Histórias Cruzadas

21h30: O Artista

Amanhã (sábado, 24/03):
13h30: A Invenção de Hugo Cabret 
16h30: Meia Noite em Paris
18h40: Tão Forte e Tão Perto

Domingo, 25/03:
13h30: Tão Forte e Tão Perto
18h40: O Artista
21h30: A Invenção de Hugo Cabret

Segunda, 26/03:
16h30: O Artista
18h40: Meia Noite em Paris

O Artista
Terça, 27/03
13h30: A Invenção de Hugo Cabret
16h30: Meia Noite em Paris
21h30: Tão Forte e Tão Perto

Quarta, 28/03:
13h30: O Artista
18h40: Meia Noite em Paris
21h30: A Invenção de Hugo Cabret

Quinta, 29/03:
16h30: Meia Noite em Paris
18h40: Tão Forte e Tão Perto
21h30: O Artista

Preço dos ingressos:
Sexta, sábado e domingo: R$ 17 (inteira) e R$ 8,50 (meia-entrada; para estudantes, menores de idade, idosos e assinantes do A Notícia com carteirinha do Clube do Assinante).
Terça-feira: R$ 7.
Segunda, quarta e quinta-feira: R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia-entrada; para estudantes, menores de idade, idosos e assinantes do A Notícia com carteirinha do Clube do Assinante).


Os Descendentes

Além disso, hoje estreia "Jogos Vorazes", a adaptação que está sendo lançada pela produtora como novo fenômeno mundial, tal como "Harry Potter" e "Saga Crepúsculo". Vejamos. Tomara que seja menos ruim que os vampirinhos de Meyer, né?
"Jogos Vorazes" será exibido em película na sala 1 e no formato digital (som e qualidade de imagens parecidos com 3D, mas não é 3D, pois o filme nem foi gravado neste formato) na sala 6; dublado e legendado.

Nos vemos, então, no GNC!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Joinville, 161 anos

Eis que a minha querida cidade completa mais um aniversário. Sim, apesar de tudo, amo viver aqui. Não tanto pelas pessoas - embora em muitas cidades o comportamento social seja quase o mesmo dos joinvilenses - mas, principalmente, pelas oportunidades que essa cidade dá.
Aqui temos belezas naturais, um potencial alto para o turismo, proximidade com praias, estamos entre duas encantadoras capitais (Curitiba e Florianópolis), temos uma vocação nata para cultura (mesmo que pouco explorada) e uma realidade de cidade grande com o espírito acolhedor do interior.

Aqui chove (MUITO), faz muito frio no inverno e muito calor no verão. Pagamos caro pela passagem de ônibus e ficamos trancados num trânsito porco e mal planejado. Mas, pelo menos, para o tamanho da cidade, temos índices de criminalidade abaixo e uma qualidade de educação acima da média nacional.

Não vivo num paraíso (embora tenhamos um bairro com esse nome), mas reconheço os encantos de morar aqui. Não pretendo ficar em Joinville para todo o sempre, mas quero levar essa cidade no meu coração para onde for. E onde eu estiver, continuarei torcendo pelo sucesso e pelo progresso dessa cidade linda, rica e encantadora.

Parabéns, Joinville!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O drama do rio Cachoeira

O rio Cachoeira, em Joinville, é um personagem vivo na cidade. Apesar de estar morto.
Sim, é contraditório. Mas é impossível vir a Joinville e não vê-lo. Ele corta a cidade.
Por isso, ele é garoto-propaganda de tantas campanhas políticas. Sempre no mesmo papel: o de "futuramente despoluído". Uns foram mais criativos, e inventaram de navegar por suas águas. Não deu certo, claro.
A Rede Globo, quando mandou a equipe do "JN no Ar" para cá, não deixou de citá-lo. Enfim... é inevitável falar dele.

Foi por isso que, ainda na faculdade, na disciplina de "Meios TV II", meu grupo resolveu entrevistar a Sra. Jutta Haggemann, uma conhecedora nata da história de Joinville, para que ela contasse tudo o que ela sabe, já ouviu e já viveu em relação ao rio Cachoeira.
O resultado foi este. Modéstia à parte, ficou muito lindo.

Além da edição de imagens, creditada a mim, eu ajudei na produção, afinal, conheço dona Jutta há algum tempo. Também participei na edição de texto e finalização.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Um novo Andarilho para você

Bem-vindos a 2012 e a um novo Andarilho, meus caros companheiros de caminhada! O ano passado foi bastante intenso aqui neste espaço, e tudo isso eu devo a vocês, meus fiéis leitores; poucos, mas especiais.
Aos que me visitam esporadicamente também fica o meu registro de gratidão. Afinal, foi por conta dos visitantes esporádicos que eu consegui, na metade de 2011, superar a marca de 1.000 visualizações do Andarilho em uma semana, naquele que foi o maior post da história do Andarilho, que discutiu a homossexualidade na sociedade brasileira.

Percebi ainda impressionantes e expressivas visualizações em agosto, quando a Rede Globo lançou mais uma edição do Criança Esperança. Um post antigo, que falava sobre a polêmica em relação ao projeto disparou nos números de visitas e o Andarilho foi um dos espaços na rede mais consultados para tirar dúvidas sobre este assunto.
Tivemos ainda a "Série Wanessa", que fez um apanhado da carreira da maior cantora pop brasileira, o quadro "Você Precisa", que acabou se saindo menos religioso - no sentido da frequência de postagens - do que eu imaginava, e as postagens que tratavam sobre "A Joinville que eu queria", discutindo os problemas da minha cidade.

Enfim, 2011 foi um ano muito bom para este blog - apesar da monografia e do pouco tempo que eu tive para o Andarilho - e que se mostrou com uma qualidade muito superior a todos os outros anos de existência deste espaço.

Para 2012, em breve formado (espero), vou dar mais atenção a este querido blog. Vamos continuar aprofundando as discussões rasas das redes sociais, fazendo a cobrança necessária para um país e uma cidade (Joinville) mais justa, falando de cultura, um pouco de mim e do Set Sétima, que acabou ficando em um canto esquecido do baú da minha vida em rede.

Diante disso tudo, nada melhor do que começar o ano novo com um blog novo. Os novos recursos que eu apresento a vocês são mínimos: os visitantes podem seguir o Andarilho por e-mail (cadastre seu e-mail na barra lateral), assistir a alguns vídeos no YouTube que também são sugeridos aqui na barra lateral, além de navegar pelos blogs recomendados por este autor que vos fala.

Afora isso é só a roupa nova mesmo, sempre tentando ser o mais atrativo possível para tornar a sua visita ao Andarilho cada vez mais construtiva. Me acompanhe nesta caminhada em 2012! Sem dúvida teremos um ano incrível pela frente!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tarifa aumenta e qualidade cai: a realidade do transporte público de Joinville

Mais uma vez, na calada do fim do ano (que é mais desabitado que a madrugada em Joinville), a tarifa de ônibus da maior cidade de Santa Catarina vai sofrer reajuste.

Eu poderia, aqui, falar de um monte de coisas que são lugar-comum nos discursos sobre o aumento da tarifa: do direito ao passe livre, que é a consumação do nosso direito de ir e vir; do aumento de gastos que estudantes e trabalhadores terão com mais esse reajuste; que as empresas estão faturando alto e não abrem mão do lucro que têm, mas querem aumentá-lo cada vez mais às custas de uma prestação de serviço que deveria ser público.


Claro que inevitavelmente eu vou entrar nestas questões. Mas os motivos que me levam a este texto, a à minha crítica contra o aumento do preço da passagem de ônibus em Joinville vão muito além disso.

Neste ano eu tive a oportunidade de conhecer o transporte coletivo de algumas cidades brasileiras. E pude constatar realidades diferentes. Estive no Rio de Janeiro, Taubaté e São Paulo. Já conheço os modelos de Salvador, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis. Nas diferentes situações vi preços e qualidade na pretação do serviço distintas. E Joinville se destaca, principalmente, pela qualidade dos ônibus: eles, em geral (não todos) são bem conservados e pertencem à frotas recentes. O modelo de transporte integrado, em que se pode andar por toda a cidade com apenas uma passagem também é uma vantagem de Joinville. Mas para por aí.
Nós temos corredores de ônibus mal projetados e os motoristas não trafegam neles. Dirigem, na verdade, no meio da faixa que delimita o corredor. Isso por causa dos buracos existentes nas vias.

Os motoristas, aliás, merecem um parágrafo à parte. São o exemplo do mau-humor, da anti-cordialidade e da falta de atenção no volante. Os diretores das empresas de ônibus podem até dizer que eles passam por constantes treinamentos, e eu não duvido. E também não culpo estes profissionais pelo constante mau-humor. São as condições de trabalho que afetam tanto na cordialidade deles: é complicado t
er que dirigir, cumprir horários, ficar responsável por mais de uma linha, cuidar dos equipamentos de bilhetagem que hora ou outra estragam - e eles precisam dar um jeito no problema para poderem seguir viagem -, vender passagens no ônibus, acomodar passageiros cadeirantes e ainda ter paciência de aturar o trânsito caótico e cada vez mais mal planejado de Joinville.
Ou seja, os motoristas fazem o papel de cobrador, de manutenção, de relações públicas, de motorista e de administrador do seu carro. É muita pressão!
Como consequência - e não adianta dizer que não porque quem anda de ônibus somos nós, não o senhor Moacir Bogo, presidente da Gidion - constantemente vemos situações de impaciência com ciclistas que trafegam na margem da pista (só falta o motorista passar por cima deles), desrespeito à sinalização de trânsito (não param na faixa de pedestres e furam o sinal vermelho) e desrespeito com os passageiros (a falta de cordialidade ao esperar pessoas que estão chegando de uma linha e querem acessar outra).
Diante disso, a solução seria a volta dos cobradores. Mas a passagem aumenta e nem ouvimos falar da possibilidade de retorno desta função nos coletivos de Joinville.

É verdade que o problema das lotações é comum no mundo inteiro. Aqui não se reclama da lotação por reclamar. O problema é que se o preço aumenta, o serviço tem que melhorar! Se estamos pagando mais caro, é porque, teoricamente, a quantidade de linhas e a frequência de horários de ônibus iria aumentar. Mas isso não acontece. Pelo contrário: vemos, com frequência, a extinção de algumas linhas, a fusão de outras, a redução nos horários. Além dos atrasos e da falta de sincronia entre uma linha ou outra.


Por exemplo: aqui na região do Costa e Silva onde eu moro passam três linhas de ônibus. As três passam com uma diferença de tempo inferior a três minutos cada um. Isso não dá nem o tempo que eu levo para caminhar de um ponto ao outro, no caso de eu ter perdido o ônibus. Numa visão otimista, a minha próxima oportunidade viria 30 minutos depois. Isso se não houver atrasos.

E as câmeras instaladas nos ônibus?

Alguém disse que elas servem para garantir a segurança dos passageiros. Mentira! Pude perceber que elas estão estrategicamente posicionadas para zelar pelos interesses das empresas de transporte coletivo: uma à frente do volante do motorista, focando a rua. Em caso de acidentes, pode ser usada como prova a favor da empresa ou para ferrar com o motorista. Outra é posicionada em direção à catraca, para fiscalizar se o motorista está atento às pessoas que passam em dois na roleta, às crianças grandes que passam por baixo, ou a qualquer tipo de sujeito que tente dar uma de esperto e passar sem pagar. Obviamente que Transtusa e Gidion não podem fazer nada contra o passageiro. Mas contra o motorista podem!
Daí tem mais duas. E adivinha para onde elas estão direcionadas? Sim, para as portas de saída. A intenção, novamente, é apenas zelar pelos interesses das empresas, e evitar que pessoas entrem pela porta traseira, sem pagar.

Aí alguém vai dizer. "Ah! Mas isso ajuda também na segurança. A inibir os ladrões e bandidos!". Se fosse assim, não haveria assalto à banco. E tem mais: se fosse pra garantir a segurança de alguém - que não a das empresas - as câmeras estariam dispostas de outra forma.
Ou seja. O nosso dinheiro da passagem não está sendo investido para nossa segurança. Mas para alimentar a ambição dos empresários. E a qualidade no serviço que se dane!

Teria muitas outras coisas a falar. Milhões de razões pelas quais a tarifa não deveria aumentar. Mas encerro listando a mais grave de todas: as empresas de transporte coletivo de Joinville não estão preparadas para enfrentar situações fora da rotina.

Passei por isso há poucos dias, na última grande chuva que ocorreu na cidade. Com o alagamento das ruas que dão acesso ao Centro, os terminais ficaram fechados e as linhas de ônibus permaneceram paradas. Observei os fiscais trabalhando para conseguir, o quanto antes, liberar os ônibus para cumprirem suas rotas. Mas não havia ninguém para dar informação. Se fôssemos perguntar, tínhamos respostas óbvias: "o terminal do Centro está alagado!". Isso eu já sabia! Eu queria saber como vou pra casa!
Daí aconteceu que eu fiquei exatamente duas horas parado no terminal Sul. E eu moro na zona Norte. Ninguém pensou em uma linha alternativa, que pudesse passar por ruas não alagadas e levar as pessoas para suas casas. Nestas horas, por mais anti-social e anti-ecológico que seja, o nosso pensamento é de que seria muito melhor se eu estivesse sozinho no meu carro. Eu pegaria um atalho tentando desviar da cheia e chegaria em casa. Um tanto mais tarde do que o comum, mas, pelo menos, não ficaria parado sem informação.

Então não adianta a prefeitura fazer planos para que as pessoas substituam o seu meio de transporte se o ônibus não funciona e a tarifa é cara.

Também não adianta dizer que está preparando uma licitação e tudo vai melhorar em 2013 ou 2014. Ou o serviço melhora, ou a passagem não aumenta.
É muito fácil para as empresas simplesmente pedirem aumento. Em qualquer outro segmento, para não perder o cliente, as coisas teriam de ser resolvidas com criatividade.

Porque eu tô relacionando criatividade com Transtusa e Gidion? Diante do exposto, ficou claro que isso é uma coisa que eles não têm.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ainda o imbróglio da Busscar

O Andarilho já andou falando neste assunto há muito tempo. Faz mais de um ano que este post apareceu por aqui, e ainda figura entre os mais lidos deste canal. Por mais que seja um problema exclusivamente joinvilense, o fato de o assunto ser bem acessado por aqui prova que há interesse.

Diante disso, me senti na obrigação de falar novamente, já que, de lá pra cá, muitas reviravoltas aconteceram.

A situação da Busscar, atualmente, é delicada. Pouco menos de mil funcionários estão trabalhando na fábrica que antes comportava mais de seis mil empregos. Ainda assim, quem trabalha lá está recebendo por demanda. Ou seja, vão trabalhar e recebem seus salários quando tem serviço, afinal, a fabricação de carrocerias de ônibus segue a passos de formiga. A empresa continua devendo para muitos bancos e fornecedores e, por isso, não tem mais crédito. Quem saiu da empresa ainda não recebeu salários, nem o Fundo de Garantia dos meses que não foram depositados; e outros tiveram que colocar o caso na justiça para receber a remuneração referente ao desligamento.

Em suma: há produção, quem está trabalhando está sendo pago e quem está fornecendo, também. Claudio Nielson, presidente da empresa, sem nenhuma sombra de dúvidas, sabe que por mais que ele tenha recursos para continuar se mantendo por um certo tempo, o dinheiro acaba, e ele, tão facilmente, não terá outra fonte de renda igual ao grupo Busscar. Obviamente que, neste momento, essa fonte de renda não está gerando muitos lucros. Até porque as contas bancárias dos administradores da empresa e da própria empresa continuam bloqueadas.

Mas ele está ganhando algo, sim. E pretende ganhar mais, quando a fábrica voltar a funcionar a pleno vapor. Sem dúvida alguma isso seria muito bom para os joinvilenses, porque proporcionaria geração de empregos e ajudaria até com o preço das tarifas do transporte coletivo, já que o ônibus fabricado aqui continuaria circulando aqui.
Porém, antes que a fábrica chegue a este ponto, milhares de funcionários e ex-funcionários continuam sem receber muitos direitos: salários atrasados, meses de FGTS não depositados, 13º salários que não foram pagos, além dos valores referentes à saída de muitos destes. Além dos funcionários, tem os bancos e fornecedores. Estes últimos, na maioria microempresas, também passaram por duras penas por conta da falta de pagamento da gigante de carrocerias.
Um terreno em Florianópolis, que servia de garagem para os ônibus fabricados pela Busscar, já foi leiloado, mas não chegou nenhum dinheiro aos ex-funcionários. Provavelmente serviu para pagar antigos credores. Outro leilão, marcado para breve, que serviria para vender todos os bens do grupo e pagar os passivos trabalhistas, foi anulado na tarde de terça-feira (01/11), e a empresa vai voltar a funcionar em regime de recuperação fiscal.
Segundo o colunista Luiz Veríssimo, do jornal Notícias do Dia, de Joinville, se o leilão fosse efetivado para saldar os dividendos trabalhistas, restaria pouco para os demais credores, e eles não teriam mais de quem cobrar a dívida.
Resta-nos, neste momento, torcer para que os funcionários e ex-funcionários não sejam, mais uma vez, prejudicados com a decisão. Por mais que seja bom para quem continua trabalhando lá e para a sociedade joinvilense, as decisões tomadas até agora pela justiça vêm beneficiando unicamente os empresários da Busscar, que pouco ou nada fizeram até agora para cumprir com suas obrigações enquanto empregadores. Milhares de famílias penaram para sobreviver por meses pelo fato de a empresa não agir com responsabilidade. E, até agora, os responsáveis por essa situação de desespero e descaso financeiro com tanta gente que sofreu ao ver suas contas vencendo e sua casa sem comida, ainda não foram punidos. Continuam sem saber o que é passar dificuldade.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Joinville que eu queria: Turismo

Voltando à série "A Joinville que eu queria", hoje vamos falar do potencial turístico que a cidade tem, mas não é explorado. E aqui entra uma das questões mais emblemáticas desse município. Porque o turismo não é explorado? A desculpa é porque trata-se de uma cidade industrial, única e principal fonte de renda joinvilense, além de concentrar a maioria dos empregos da cidade.
Ou seja: em Joinville as pessoas só devem trabalhar. Ninguém pode se divertir.

O turismo realizado aqui é o recém-criado (e ridículo, diga-se de passagem) "turismo de negócios". Simplificando: empresários vêm a Joinville buscar mais dinheiro, aumentar o lucro e engordar os cofres dos barões da cidade. Se não engorda os cofres destes, não é interessante, não precisa de turismo.



Enfim... deixando as críticas de lado, vamos observar como Joinville tem vocação turística de sobra. Só falta VONTADE DE FAZER.

ESPAÇOS TURÍSTICOS
Joinville não é uma cidade feia. Ela é mal conservada, apenas. Basta pousar no aeroporto Lauro Carneiro de Loyola pra se ter a dimensão da beleza de uma cidade existente entre a serra e o mar. A volta que o avião faz sob as águas das praias de São Francisco do Sul nos colocam, ao horizonte, a cadeia de montanhas que forma a serra que cerca Joinville.
Essas belezas naturais precisam ser melhor aproveitadas!

O passeio do Barco Príncipe é uma grande iniciativa, mas é preciso fazer um cais digno. Com restaurantes, bancas com venda de lembrancinhas e cartões postais, áreas de socialização e um acesso facilitado. É preciso haver boa sinalização, ruas adequadas e linhas de ônibus - até especiais, se for o caso - que levem até o local. É preciso divulgação. Uma parceria com São Francisco do Sul é mais que inteligente, visto que lá estão muitas belezas seculares de uma das cidades mais antigas do País. Joinville deveria aproveitar melhor essa proximidade.

Os parques de Joinville precisam ser concluídos. Cinco estão projetados. Três estão em construção, mas a morosidade das obras incomoda. É preciso concluir todos os parques e não esquecer de facilitar o acesso a eles. Além, é claro, e mais uma vez eu coloco, a necessidade de sinalização adequada para que as pessoas tenham facilidade de acesso.
E conservação. É primordial. Não é o que vemos, por exemplo, nas praças de Joinville.

No Parque do Morro do Boa Vista, que está em construção, já existem ideias fantásticas que vão torná-lo um dos parques mais interessantes da cidade. Mas aquela ideia antiga de um teleférico ligando o Zoobotânico ao Mirante deveria ser colocada em prática.

A Rota dos Museus deveria ser bem esquematizada, sinalizando os museus com padronização e colocando placas turísticas nas ruas que interligam um museu ao outro; pra realmente termos a impressão de que existe uma "rota de museus". Do jeito que está, parece tudo muito perdido.

A Via Gastronômica está se tornando, cada vez mais, uma bela opção turística na cidade. Fiquei sabendo hoje que está sendo encaminhado o edital de licitação para o projeto paisagístico da Via. Bela iniciativa! Tomara que não seja mais uma proposta que vai levar anos para a concretização.

Um ônibus turístico deveria existir em Joinville. Ele deveria passar pelos museus (Museu de Arte; da Imigração, que fica na Rua das Palmeiras; Sambaqui; Fritz Alt), nos Parques (os que estão sendo construídos, especialmente o do Morro do Boa Vista, com ida ao Mirante e ao Zoobotânico), Barco Príncipe, Pórtico e Moinho, Centreventos e o Turismo Rural, cujo acesso é horrível pra quem não está de carro. E pra quem está de carro a sinalização é péssima.

O fim da viagem deveria ser no Mirante da Serra Dona Francisca. Lá deveria ser construído um monumento que simbolizasse Joinville.

Os rios de Joinville (Piraí e Quiriri), onde as pessoas costumam se banhar no verão, deveriam ter acessos melhorados, e a Prefeitura deveria investir em uma estrutura para que as pessoas possam se banhar num local com boas opções de estadia e alimentação; além da segurança (não existem salva-vidas) e o acesso. Também deveriam entrar na rota do ônibus turístico pela beleza dos locais.

A Rua das Palmeiras precisa ser revitalizada como ponto turístico. A rua do Príncipe deveria ter sua fiação elétrica aterrada e as calçadas aumentadas para facilitar a caminhada de pedestres que vão visitar esse cartão postal joinvilense. O projeto de revitalização da Rua das Palmeiras já existe. Mas é preciso fazer ainda mais coisas.

Creio que seja necessário fazer um Parque na Expoville. Aquele local é grande, bonito, mas abandonado. Ele deveria ser integrado ao pórtico, pois quem vai lá tirar foto, precisa se arriscar numa travessia pela movimentada XV de Novembro. Isso põe em risco a segurança das pessoas. O Moinho deveria voltar a funcionar, com um café no local. Projetos para isso já existem.

INFRAESTRUTURA TURÍSTICA
Tudo o que já falei a respeito da infraestrutura da cidade volta a ser colocado aqui. Não é possível receber turistas se nosso transporte coletivo não funciona, se não comporta receber uma grande quantidade de pessoas ou se as vias são ruins e mal sinalizadas. Se o trânsito não deixa as coisas fluir. Enfim. É preciso melhorias, também, na infraestrutura.

Mas faltou falar do aeroporto e da rodoviária.

O Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola tem recebido bastante atenção. Já foi assinado um termo entre a Prefeitura e a Infraero para as ampliações. O ILS, equipamento que vai facilitar pousos e decolagens em condições adversas de clima, também está encaminhado. A pista será ampliada e os rios nas cabeceiras das pistas terão seu curso alterado. As vias de acesso ao aeroporto, neste projeto já existente, serão melhoradas. Mas a avenida Santos Dumont precisa ser duplicada. É uma porta de entrada para a cidade que hoje nos envergonha.
Mas se tudo isso já está projetado, o que falta?

Bom... em Joinville é INDISPENSÁVEL aquele "tubo" (que não sei o nome) para dar acesso do terminal de embarque à aeronave. Simplesmente porque aqui chove demais. E é extremamente desconfortável desembarcar na pista com chuva. Aqui em Joinville é questão de necessidade. Prefeitura e Infraero deveriam pensar melhor nisso.

E a rodoviária?
Ela já recebeu reformas recentes mas continua, em alguns lugares, com cara de "improviso".
Os portões principais de embarque de passageiros são legais. Mas aqueles que ficam em frente às bilheterias das companhias de ônibus são horríveis! Não existe plataforma, não há aquela cerca divisória e não há cobertura para os ônibus que chegam.
O terminal de taxistas é horrível. Improvisado. Precisaria ser melhor organizado.
E as vias ao entorno do terminal rodoviário precisam ser asfaltadas.

O ponto de embarque de ônibus municipal deveria ser melhor construído, de modo que os carros não parassem ali para desembarcar as pessoas. Deveria ser feito um canteiro separando a rua do ponto de ônibus.

TURISMO DE EVENTOS
Aqui está o forte de Joinville. Temos o Festival de Dança, que melhora a cada ano e já foi citado no post sobre cultura, a Festa das Flores, que é linda pra quem interessa e os eventos de "turismo de negócio". Eu não gosto de turismo de negócio na medida que só esse tipo de evento é feito. Mas quando ele é mais um entre os outros, é válido, até pela vocação industrial de Joinville.

Até aqui tá tudo bem, tudo organizado, bem feito.

Mas eu acredito que seja possível resgatar nossa Fenachopp. A "Oktoberfest Joinvilense". Isso é bom para a cidade e atrai pessoas para cá, visto que Joinville tem um bonito histórico na arte da cerveja.
Diz a lenda que a melhor cerveja Antarctica dos anos 80/90 era feita em Joinville, além de ter existido aqui a primeira cervejaria do País. A Bohemia divulga como sendo a mais antiga pois é a mais antiga existente, e a cervejaria joinvilense já não é mais realidade.
Por fatores culturais e históricos, a Fenachopp deveria ressurgir. Há interesse por parte de algumas pessoas nisso. Mas seria necessário mais esforço para que a festa realmente pudesse voltar a acontecer.
FALTOU DIZER
Aquela proposta do Metrô e a ligação de Joinville pelo Rio Cachoeira a São Francisco do Sul facilitaria o acesso dos turistas às praias da região. Assim, os turistas não precisariam estar em São Francisco pra ir às praias. Ficam aqui, com todas essas opções turísticas.
Além, é claro, do investimento na cultura, do incentivo para a realização de eventos a nível nacional (como shows) e espaços privados para esses tipos de evento (como o Citibank Hall, em São Paulo).

Joinville tem poder. É só querer.


APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Joinville que eu queria: Cultura

É inegável que a atual gestão municipal tem dado muito destaque para a cultura. Silvestre Ferreira, da Fundação Cultural de Joinville, está fazendo uma ótima administração cultural na cidade. Tivemos evoluções com a comemoração do aniversário da cidade - sempre mais planejadas e interessantes -, o carnaval de rua de Joinville, que voltou à ativa e está cada vez melhor, a Semana da Diversidade, o Sábado na Estação, a Pescaria no Museu de Arte, a evolução no Festival de Dança, enfim... Joinville não é mais a mesma culturalmente falando.

Falta, primeiro, a população joinvilense valorizar tudo isso. Com um pensamento puramente proletário, as pessoas só pensam em trabalhar e a única diversão é o shopping center e a televisão. Mas isso é um pensamento que pode ser modificado na medida que a cultura ficar mais presente no cotidiano da cidade.

Se o único lazer do joinvilense é o shopping center, precisamos dar mais opções a ele. No próximo post falarei dos parques, mas aqui cabe uma ótima solução para um lazer cultural de qualidade: a revitalização do Complexo Cultural Antarctica. É preciso transformar aquele espaço em um verdadeiro Complexo Cultural, mas já existem projetos para isso e os recursos estão para ser captados. Os dois galpões Anexos do Museu de Arte e o Teatro da Ajote estão para serem reformados ainda este ano. Além do Instituto Luiz Henrique Schwanke, uma ala do Complexo, que está pra receber revitalizões por conta dos desbarrancamentos no morro que fica atrás daquele prédio.
A sala de cinema precisa virar uma verdadeira sala de cinema, com projetor e isolamento acústico, além de poltronas, encarpetamento e climatização. Do jeito que está, parece uma cozinha. É vergonhoso e não atrai as pessoas para os Ciclos de Cinema.
A Conurb precisa sair de lá. A Companhia de Urbanismo em um lugar cultural destoa completamente do espaço.
E é necessário asfalto. Aqueles paralelepípedos com um monte de mato crescendo nos seus vãos é vergonhoso! Asfaltar e fazer jardins, plantar árvores e colocar bancos e áreas de socialização deixariam o lugar agradável e digno de ser visitado. Além de uma ótima opção turística (que falaremos mais adiante).

O Centreventos precisa ser adequado para os fins pelos quais ele foi criado. Não dá de manter uma arena multiuso, como quer que o considerem, se não existe um complexo de sonorização, nem iluminação. Além disso, é preciso haver arquibancadas removíveis para ocupar a pista no caso de shows, e não ser necessário terceirizar a instalação desse espaço.
É urgente o tratamento acústico do Centreventos. Além de fazer o isolamento acústico para garantir que o teatro Juarez Machado possa receber peças enquanto há atividades no Centreventos. Atualmente isso é impossível.

A Estação Ferroviária já recebeu reformas e hoje é a Estação da Memória. Um belo espaço! Mas é preciso revitalizar o Terminal de Cargas, hoje abandonado. Isso vai ser tratado no post sobre turismo. Citei aqui só para registrar.

Gostei muito do espaço no antigo Piazza Italia para a Biblioteca Pública, mas sabemos que isso é provisório. Mesmo que não fosse, acho necessário e digno que Joinville tenha um prédio majestoso para um lugar como este. A Biblioteca precisa ser um lugar que enalteça a literatura, desperte a imaginação e a vontade de estar lá. Tem que ser bonita, confortável e chamar a atenção.
O lugar onde está a antiga biblioteca - desativada pelo desabamento do telhado - é um ótimo ponto. Mas é necessário demolí-la e começar do zero. O prédio que existe hoje para a biblioteca é sem graça e parece uma caixa onde os livros são armazenados. E não um antro da literatura, da imaginação e criatividade.

Além disso, Joinville precisa e merece um Teatro Municipal, bem equipado, com uma boa capacidade de público e tudo o que é comum e básico num teatro para que Joinville esteja, enfim, preparada para receber verdadeiros espetáculos, sem improvisações ou despesas astronômicas para os realizadores do evento.

Com espaços adequados, a cidade vai poder receber exposições que nunca vêm para cá, peças teatrais de qualidade, experimentações culturais, musicais, mostras de cinema alternativo, instalações e tudo o mais que for possível. Além dos espaços, é preciso iniciativa para buscar e realizar esses tipos de eventos. Só assim Joinville vai ter uma cultura de verdade, e não algo construído e forjado para vender um turismo que não dá certo. Porque Joinville não é mais predominantemente alemã há muitos anos...