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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Regras de conduta no cinema

Ir ao cinema é algo mágico. Eu já disse isso aqui. Mas eu não teria escrito um texto como este se eu já tivesse tido a experiência de estar "do outro lado do balcão". O cinema é um lugar projetado para você se sentir bem e viver experiências sensoriais particulares, proporcionadas somente em um lugar como este. Mas a arquitetura não é capaz de fazer as pessoas serem mais educadas e terem o mínimo de gentileza para com os outros espectadores e, principalmente, para com os funcionários do cinema.

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Sei que muitos dos que lerem este post não precisam de tais recomendações. Mas eu preciso escrever para que exista uma listagem como esta na rede. De repente, pode ser que alguém encontre, julgue útil e divulgue em uma exibidora de cinema qualquer. Da mesma forma, sempre há a possibilidade de um mal educado de plantão encontrar um texto como este. De qualquer forma, lá vão os tópicos:

1 - Quando for ao cinema, VÁ AO CINEMA!
Sei que é muito legal reunir os amigos, a família, namorar ou qualquer atividade social. Mas DENTRO de uma sala de cinema não é o lugar de você colocar a fofoca em dia, fazer piadas, tirar sarro, fazer cócegas, lavar a roupa suja ou fazer festa. Da mesma forma, é agradabilíssimo ir ao cinema e levar uma pipoca ou salgadinho para comer durante a projeção; mas, ainda assim, você está em um CINEMA, não numa Praça de Alimentação. Logo, NÃO É PIQUENIQUE. Evite fazer barulho e tenha o filme como motivo central de ter saído de casa. A pipoca e a companhia contam muito, eu sei. Mas elas não devem ser o motivo real de você estar no CINEMA. Se for, prefira um filme em casa ou qualquer outra atividade. Cinema é lugar de silêncio.

2 - Cinema não é motel
Óbvio que o escurinho é tentador e muitos vão em casais para o cinema. Ainda assim, crianças, famílias, idosos e pessoas com diversas orientações religiosas frequentam o cinema e não gostariam de participar do seu fetiche. Um beijo de vez em quando é romântico. Mão boba (pra mais) é falta de respeito. E vale sempre lembrar o ítem 1.

3 - Conheça seus direitos
É sabido que cinema não é, financeiramente, um programa muito familiar, e aquela meia-entrada sempre ajuda nas contas. Mas não vá ao cinema se achando um advogado. Procure conhecer as leis de meia-entrada, que possuem adendos estaduais e, muitas vezes, municipais. Além disso, decisões judiciais costumam favorecer as exibidoras a fazer exigências adicionais. Localize o cinema que você pretende frequentar e se informe das regras de meia-entrada. Assim, você evita desgastes e contratempos, minimizando o estresse dos funcionários do cinema e evitando situações ruins num momento de diversão.

4 - Seja honesto
As velhas regras de educação sempre valem. Não procure bancar o espertinho para garantir meia-entrada. Falsificação de documentos é crime. Falsidade ideológica também. E tudo isso é praticado por pessoas desonestas querendo se dar bem e pagar meia-entrada. Exercite sua cidadania, evite chateações para você e para os funcionários do cinema.
Além de falsificar documentos, não compre meia-entrada nas máquinas de autoatendimento se você não tem direito a ela. Não fure filas. Não ocupe poltronas que não as que você comprou (no caso de poltronas numeradas). Deste modo, ninguém sai prejudicado em seu momento de diversão: nem você, nem os funcionários do cinema, nem as outras pessoas que estão frequentando o local.

5 - Decida-se antes de entrar na fila
Não deixe para escolher o filme no caixa da bilheteria. Isso atrapalha o atendimento e causa morosidade na fila: todo mundo pode se atrasar para sua sessão; inclusive você.
E muito importante: mais que decidir antes de entrar na fila, entre na fila com certa antecedência de começar a sessão! O seu atraso não é culpa do atendimento demorado, nem do tamanho da fila: atraso é culpa somente sua!

6 - Seja educado!
Funcionários do cinema não são seus escravos. Portanto, SEJA EDUCADO. Ninguém está lá querendo que você não assista aos filmes. Muito pelo contrário. Grosseria não vai fazer ninguém se sensibilizar com seu problema e te ajudar. Seja sincero e honesto que qualquer pessoa com um mínimo de bom senso (assim como o seu) vai estar à sua disposição.
Jogue o lixo no lixo. Evite desperdiçar alimentos, jogando pipoca no chão. Controle o ímpeto de bagunça dos menores (as crianças não costumam "pintar e bordar" na sua casa, certo?). DESLIGUE O CELULAR (nada de "modo silencioso"); desconecte-se do mundo lá fora enquanto você estiver numa sala de cinema. Afinal, se você tiver alguma pessoa próxima em estado terminal, você não estaria se divertindo, certo?
Seja gentil: ceda sua vez, respeite os mais idosos, portadores de necessidades especiais.
NÃO CALCE SUAS CRIANÇAS COM TÊNIS QUE BRILHAM!
Tenha em mente que você está num lugar público. Se você tem qualquer tipo de repulsa em sentar ao lado de um desconhecido, você está no lugar errado. Aquela história de "deixar uma poltrona vazia" não é gentil, uma vez que, de poltrona em poltrona, muitas famílias ou casais serão obrigados a sentar separados ou nem poderão ver o filme que programaram.

7 - Em síntese: NÃO FUME, NÃO CONVERSE, DESLIGUE O CELULAR, NÃO SE ACHE O ADVOGADO, NÃO JOGUE LIXO NO CHÃO, SEJA HONESTO E EDUCADO.

Num local público, as boas experiências só podem ser plenas se todos colaborarem com educação e honestidade. Caso contrário, não há tecnologia e arquitetura capaz de tornar a sua diversão um momento compensador.

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segunda-feira, 14 de março de 2011

A Joinville que eu queria: infraestrutura

AS VIAS JOINVILENSES

Joinville tem a maior frota de veículos automotores per capita do Brasil. Ainda assim, a única via na cidade condizente com essa expressiva quantidade de veículos e com o tamanho da cidade é a BR-101 que, é bom lembrar, não está lá a serviço do município, e sim, do Brasil, como ligação entre as cidades do litoral.
Dentro da cidade o trânsito é sofrível. As ruas são escoras: tem lugar pra encostar o carro em todo canto em ruas que já são estreitas por natureza. Pra piorar, a solução mais inteligente para organizar o trânsito que é encontrada pelos órgãos municipais continua sendo o semáforo. Colocado em cada esquina, ele torna o trânsito joinvilense ainda mais trancado e impossível.

Não é difícil, no entanto, encontrar soluções para estes problemas. Precisa somente de vontade política e dinheiro. Além do apoio do empresariado forte da cidade, que deveria trabalhar mais em prol da sociedade e menos em vista dos seus umbigos.
Algumas dessas soluções já estão sendo encaminhadas: a abertura da Almirante Jaceguay, entre o Costa e Silva e o Vila Nova, sendo uma rota alternativa à congestionada XV de Novembro. Esta, aliás, precisa ser duplicada, mas há um projeto de binário que está sendo encaminhado. Também é válido. Assim, o acesso ao Vila Nova vai ficar bem mais digno, rápido e seguro.
É preciso eliminar o estacionamento rotativo de vias que recebem grande fluxo de veículos, como a avenida Getúlio Vargas, a Rua do Príncipe, a Abdon Batista e a Princesa Isabel. Isso daria pelo menos mais duas pistas de rolagem e desafogaria o trânsito, além de evitar aquelas paradas para gente que tenta estacionar por ali. É preciso, no entando, a construção de pelo menos dois estacionamentos municipais, administrados pelo Cartão Joinville - mesma empresa que cuida do estacionamento rotativo - para suprir a necessidade de vagas.
E, claro, os elevados. Já passou da hora de Joinville contar com viadutos. É preciso com urgência um na rua Florianópolis, no Itaum, naquele cruzamento do Terminal do Itaum com o PA 24 horas Sul, um na Beira-Rio próximo à ponte azul da prefeitura e um no cruzamento da Marquês de Olinda com a XV de Novembro, no Glória. A João Colin precisa de uma solução urgente, mas, infelizmente, não cabe um elevado ali.

O TRANSPORTE COLETIVO

Joinville tem um transporte coletivo caro, ineficiente e sem alternativas. É preciso reconhecer que o modelo de integração, onde é possível rodar a cidade com apenas uma passagem, é bom; e que a nossa frota de ônibus tem boa qualidade. Mas isso não basta.
Não dá de ficarmos reféns de péssimos horários de ônibus, e programar a nossa vida em função deles. Não dá de ir trabalhar com tranquilidade, não dá de planejar um horário para chegar em casa e muito menos ir ao cinema com tranquilidade. É preciso mais horários, mais linhas e um valor menor.
Se tem gente que trabalha, término de sessão de cinema e bares que fecham depois da meia-noite, por quê o último ônibus é 0h15 do Centro? Isso tá errado! É preciso ampliar os horários com maiores frequências de viagens.
Estudantes e trabalhadores a caminho do serviço (pra pensar de modo realista) têm o direito de pagar meia passagem. É preciso ter cobradores nos ônibus. E aquela ideia da passagem a R$ 1 aos domingos e feriados é ótima!

Além do ônibus é preciso já pensar numa possibilidade de metrô de superfície. Mas aqui é preciso a união dos municípios vizinhos e recursos estaduais e federais.
Por que metrô?
1 - A quantidade de joinvilenses que trabalham em São Francisco do Sul e Araquari, e vice-versa.
2 - A UFSC e a fábrica da GM que estão a caminho no extremo Sul da cidade.
3 - É preciso pensar que Joinville está crescendo, e vai crescer mais, e continuar só com ônibus não dá. Não terá como suportar.
A ideia é que o metrô saia do aeroporto, passando pela Univille, margeie a Dona Francisca para atender as fábricas da região, passe pelo Terminal Norte até o Centro. Depois vá para a Rodoviária, passando pela Via Gastronômica, e de lá siga o trajeto contornando a BR-101 até a UFSC e a GM. Seguindo em frente, é interessante passar por Araquari e terminar a linha na praia da Enseada em São Francisco do Sul. Com isso, o metrô atenderia os estudantes de quase todas as grandes faculdades e universidades da cidade, passaria pelas proximidades dos terminais de ônibus para fazer a integração, atenderia os trabalhadores das indústrias das zonas norte e sul e serviria de atrativo turístico para quem viaja às praias de São Chico nas férias (evitando o trânsito da BR-280), ou vai dar uma passada na Via Gastronômica com os amigos.
Além, é claro, de ser um serviço pra quem usa o deslocado aeroporto (que sofre com os horários da linha de ônibus que o atende) e a rodoviária.

A ligação pelo Rio Cachoeira com São Francisco do Sul precisa de uma solução urgente! É uma ótima alternativa para diminuir o trânsito na BR-280 e serve como potencial turístico, inclusive. É preciso investimento para que as pessoas troquem a rodoviária pelo transporte aquático.
Mas é preciso desassorear o Rio Cachoeira, melhorar o cais perto do Mercado Municipal e dar condições para navegação. Isso é básico.

ENCHENTES

As soluções para as enchentes em Joinville estão longe de ser definitivas porque isso é natural de uma cidade que é parcialmente aterrada, é mangue e está no nível do mar. Mas não dá de usar isso como desculpa para não fazer nada.
Os piscinões para escoamento de água - existentes em São Paulo, por exemplo - são uma ótima alternativa. E, ao que parece, os recursos já foram liberados para a construção.
A modernização na rede pluvial e de esgoto também estão sendo feitas, e são importantes. Além da limpeza das bocas de lobo. Constantes. Não como são feitas hoje, somente no pós-enchente.



É preciso desassorear os córregos e retirar, aos poucos, as famílias que moram às margens dessas vias aquáticas.
Mas uma solução que, não sei por qual motivo, não ganha importância na cidade são as LIXEIRAS. A desculpa da Ambiental, antiga Engepasa, que cuida da coleta de lixo da cidade, é que não tem ninguém para "cuidar" dessas lixeiras das ruas. A prefeitura também não quer se responsabilizar. Mas que diabo!
É preciso lixeiras. Aos montes! A cada cinco metros. Muitas lixeiras. Lixo na rua é porquice e sinônimo de enchentes. E acima das lixeiras, cinzeiros. Os fumantes vão respeitar? Talvez - quase com certeza - que NÃO. São quase todos uma cambada de porcos. Mas aos educados haverá onde depositar sua chepa de cigarro.

As melhorias para a rodoviária e o aeroporto vou deixar para o post de turismo. Este já ficou grande demais. Até o próximo!



CRÉDITO DAS FOTOS:
Trânsito na João Colin: Fabrizio Motta - jornal A Notícia
Terminal de ônibus: Salmo Duarte - jornal A Notícia
Enchente em Joinville: Orides Tomkiel Zmovirzynski - blog Falando Dormindo

sábado, 29 de janeiro de 2011

A chuva em Joinville e no resto do Brasil

O mês de janeiro sempre é responsável por trazer um inconveniente trágico: a chuva. Mas... peraí! A chuva não é um elemento da natureza, existente desde sempre e sem força para causar tragédias como furacões e vulcões o fazem? A resposta seria sim, mas não é o que estamos observando nos últimos anos.
Chuvas frequentes associadas ao intransigência da população, da especulação imobiliária e ao descaso político e social estão desolando a vida de milhões de pessoas. Em novembro de 2008, pela segunda vez na história da cidade, Blumenau, em Santa Catarina, teve de enfrentar aquele tipo de enchente que obriga uma cidade a recomeçar do zero. E não só ela. Várias cidades catarinenses foram afetadas.
Ano passado a bela Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, enfrentou a fúria das águas: elas encharcaram os morros que desabaram e causaram mortes. Este ano o Rio de Janeiro viu repetir a mesma cena, mas com mais intensidade e em outra região: na serra.
E de quem é a culpa?

Joinville é uma cidade conhecida pela frequência de precipitações. Segundo estudiosos em metereologia, esta é uma das cidades com a maior frequência de chuva do país. Então fica claro que estamos acostumados aos guarda-chuvas. Ainda assim, passamos por alagamentos e perdas há muito tempo e essa realidade nunca muda. Pelo contrário: cada ano a coisa piora.
Pelo que eu sei, na China, por exemplo, os prédios são construídos para que a estrutura consiga se manter em pé em um caso de terremoto. No Chile isso também ocorre. Eles fazem isso porque sabem que essas regiões são muito propícias a abalos císmicos. Mas aqui no Brasil a coisa não funciona desse modo.
Jutta Hagemann, joinvilense e historiadora entusiasta, conta que as enchentes sempre aconteceram na cidade, desde a chegada dos imigrantes, em 1851.



O fato é que Joinville tem pontos abaixo do nível do mar, como o Centro, por onde passa o Rio Cachoeira e sofre, além da chuva, com a influência das marés. Se isso é típico da cidade, porque ninguém nunca fez nada? Porque não existem sistemas especiais de captação da água da chuva, redes pluviais largas, piscinões e o que mais a tecnologia permitir? Certamente essas coisas são mais simples e baratas que estruturas prediais a prova de terremotos, não? Será que desde 1851, durante o crescimento da cidade, entre as várias enchentes que ocorrem, nunca NINGUÉM sentiu a necessidade de fazer algo? Faltou dinheiro? Faltou tempo?
Não dá para culparmos - somente - o governo atual. Porque os outros prefeitos também nunca fizeram nada?


Além do descaso das autoridades, temos o agravante da falta de educação da população que joga lixo nas ruas; as águas levam para os bueiros e entopem as bocas de lobo. Sem educação, não há político que faça a realidade das enchentes mudarem. E aqui a culpa é somente dos atuais moradores, porque não creio que em 1851 eles tivessem muito lixo pra jogar na rua...

Da mesma forma que em Joinville, no Rio de Janeiro as autoridades sabiam do risco que aquelas regiões corriam. Mas não fizeram nada! E da mesma forma como aqui, a população sabe que tem que agir de modo diferente e mais respeitoso com a natureza e não o faz.
O que não pode acontecer é ficarmos - nós e as autoridades - parados sem mudanças de atitudes. Isso é regressão. Isso é querer morrer.