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segunda-feira, 30 de abril de 2018

A volta da Wanessa Camargo ao pop


Eu havia dito que não falaria mais sobre a Wanessa Camargo aqui no blog. Não se tratava de boicote ou qualquer coisa do tipo. Apenas foi uma decisão levando em consideração o fato de que ela parou de tocar nas minhas playlists. Da mesma forma que eu não falo, sei lá, de Aerosmith, também não havia mais sentido eu falar de alguém que não faz mais parte da minha vida musical.

Mas é impossível acompanhar um artista por 15 anos ininterruptos e ficar alheio ao que ele faz ou diz, não é mesmo? Se você consegue, lamento, mas eu não.

Contudo, o que tenho a dizer da Wanessa Camargo e da sua Mulher Gato, nova música de trabalho da cantora, não é nada que eu já não tenha dito.

No último post que tratei dessa artista, discorri sobre o fato de que é perceptível que ela transita por gêneros diferentes conforme o movimento do público. Então, se o pop romântico está em alta (época do Sandy & Junior, quando ela foi lançada), é lá que ela fica. Quando o pop internacional caiu nas graças dos brasileiros (gays, especialmente), lá foi Wanessa cantar em inglês para este público! Porém, até então, eu estava achando tudo muito orgânico, e até explico isso neste post.

O problema foi quando o feminejo ganhou espaço nas rádios brasileiras e ela decidiu jogar no lixo o público, o carinho, o respeito, o lugar que ela tinha conquistado como diva pop para lançar um álbum de qualidade, no mínimo, duvidosa (que me recusei a comentar aqui no blog, apesar de ter ouvido). O trabalho de divulgação, felizmente (para ela), funcionou e Wanessa acabou acumulando alguns bons números. Entretanto, apesar de positivos, nada que se assemelhasse à Noite de Patroa ou aos 50 Reais.

Daí que Anitta começou a despontar fora do país, o grupo Rouge voltou com força, lotando shows em turnê por todo o Brasil, Pabllo Vittar conquistou reconhecimento além-fronteiras, novos nomes começaram a surgir e dominar rádios e charts e Wanessa, o que fez? Resolveu voltar ao pop. Confesso a vocês que eu já previa isso, portanto, não foi surpresa nenhuma.

Claro, não foi uma decisão impensada: a crise econômica por qual o Brasil passou pegou em cheio os sertanejos, conforme ilustra bem claramente esta matéria do G1.

Então, se não havia muito sinal de oportunidades entre gaitas e violas, melhor voltar às boates, não é mesmo?

A Mulher Gato


Wanessa Camargo volta ao pop com a música Mulher Gato. Num primeiro olhar, podemos dizer que a música não é de total mau gosto. Ela é um símbolo da independência sexual feminina. É uma letra forte, que mostra que a mulher tem o direito de sentir prazer e desejo, de fantasiar e sair do feijão-com-arroz de todo dia. Mas se observarmos através de uma lente mais ampla, vamos ver que isso pode não ser tão orgânico assim, e representar mais o chamado “ativismo de telão” do que um discurso vindo de uma necessidade de dar voz às mulheres.

Vamos ligar os pontos: na época em que estava tentando se firmar como cantora pop dos gays, Wanessa chegou a participar de conferências junto a Jean Wyllys no Congresso Nacional e afirmava que estava interessada em conversar com a então presidente Dilma Rousseff para tratar de temas caros aos direitos dos gays e das mulheres.

Wanessa, orgulhosa de ter votado no Aécio, aquele que queria
matar o primo, conforme áudios da PF.
Os anos passaram e o mesmo hino nacional que a filha de Zezé di Camargo cantou ao lado do deputado do PSOL foi entoado no alto de um trio elétrico na Avenida Paulista cercado pelos patos da Fiesp. O mesmo ambiente era dividido por figuras torpes como Marco Feliciano, a milícia MBL, o caricato Alexandre Frota, o deputado ex-militar pré-candidato à presidência que não vale ser nomeado e companhia bela. Pode existir neste país gente mais sem senso de respeito à mulher e aos gays do que esta turma?

Daí querer voltar ao pop depois de dar as costas a um público que a acolheu e cantar uma letra dita feminista depois de dar voz a pessoas que não estão nem aí para o direito das mulheres é no mínimo vergonhoso. E aqueles versos que deveriam representar liberdade sexual passam a ser nada mais do que vulgaridade.

A diferença entre empoderamento e vulgaridade está no quão natural e verdadeiro é o discurso. Se observarmos os últimos movimentos de Wanessa Camargo, pode até ser que exista alguma verdade no que ela diz (a influência de Madonna acaba fazendo um mea culpa), mas o que aparenta é apenas oportunismo.

E, desse jeito, vai ser difícil conquistar novos públicos.

Qual vai ser o próximo gênero: depois do retorno triunfal de Ivete Sangalo, o axé?

domingo, 14 de agosto de 2016

Wanessa Camargo: uma estrada de 15 anos recomeçada do zero

Não é novidade para quem me conhece que eu acompanho o trabalho da Wanessa Camargo desde o início da carreira. Chorei ouvindo o CD, tentei “converter” o máximo de pessoas a gostarem, defendi os álbuns até mesmo em trabalhos na faculdade. Tudo isso desde o início da carreira, quando ouvi pela primeira vez O Amor Não Deixa. Aqui no blog, fiz até uma tag “Série Wanessa” pra divulgar e falar do trabalho dela.

Receio que este seja um dos últimos posts da Série Wanessa.

Para quem não a acompanha, explico o porquê desse post e o motivo da minha insatisfação. Recentemente a cantora começou a divulgar músicas do seu novo álbum de estúdio, o oitavo (sem contar os que são ao vivo). E eis que a sonoridade apresentada é completamente diferente de qualquer coisa que ela já fez até aqui. As duas primeiras músicas, Vai Que Vira Amor e Coração Embriagado, são o que existe de mais sem criatividade no sertanejo atual. É o tipo de música que só muda a letra, porque qualquer canção, de qualquer artista ou dupla que faça esse estilo, tem exatamente a mesma levada, o mesmo ritmo. Cansativo, para dizer o mínimo.

Mas por que isso é ruim? Ela não pode mudar o estilo?

Olha, poder, pode. Ela faz o que quer com a carreira dela e eu não sou ninguém para impedir ou chamar a atenção. Se nem a gravadora conseguiu pará-la com essa ideia maluca (o que resultou na rescisão do contrato), o que eu poderia fazer? No entanto, a questão principal é: o que ela ganha com isso? Qual a estratégia por trás dessa reviravolta? Quem é Wanessa Camargo na música brasileira? É o que vamos discutir juntos. Siga comigo!

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Trabalhar com sonoridades diferentes não é algo incomum no mundo da música


Seria desonesto dizer que artistas não podem trabalhar com sonoridades diferentes daquelas que normalmente atuam. Os exemplos estão aos montes por aí. Lá fora, Lady Gaga abandonou por uns momentos o pop para fazer um trabalho no jazz ao lado do renomado Tony Bennett. E ela não foi a primeira a fazer parceria com o cantor. Christina Aguilera e Amy Winehouse também já fizeram projetos similares. Mas perceba que nem Bennett, nem qualquer uma das três cantoras abandonaram a originalidade da sua arte para encabeçar um projeto alheio ao que se propõem. Em todos os casos, foi uma iniciativa paralela, complementar, que só acrescentou à carreira de todos eles.

E mesmo quem mudou de estilo conseguiu fazer essa transição de uma maneira muito estratégica, respeitosa com seu público e natural. É o caso de Taylor Swift. A antes princesa do country, hoje trabalha com uma sonoridade focada no pop. Contudo, isso não aconteceu de uma hora para outra. Primeiramente que o trabalho dela já atingia muito do público que consumia música pop. Aproveitando esse nicho, as composições da cantora começaram a misturar sonoridades (o que pode ser percebido mais nitidamente no álbum Red), até migrar completamente com o mais recente 1989.

Arquirrival de Swift, Katy Perry também mudou a sonoridade. Mas aqui por conta de uma realidade bem diferente. Perry fazia música gospel e não se sentia realizada neste tipo de música. A falência da gravadora com quem ela havia lançado um álbum só aumentou a insatisfação com o seu trabalho, e ela resolveu rumar para o pop. Essa mudança, no entanto, era consciente e planejada. Katy queria outro público, outra música, outro alcance.

Trazendo para a realidade brasileira, foi algo parecido com o que aconteceu com Sandy. A filha de Xororó encerrou a dupla com o irmão e, por consequência, desligou-se do pop romântico, investindo em algo que já fazia parte dos seus gostos pessoais há muito tempo: a MPB, ou pop alternativo. O público da cantora, conhecendo ela e a verdade nessa nova proposta, a seguiu e, desde então, ela permanece com uma carreira de sucesso e uma consistência exemplar.

Também no Brasil, Ivete Sangalo, nascida do axé, já realizou trabalhos em MPB, fez parcerias com cantores sertanejos e até lançou um álbum infantil. Mas da mesma maneira que as parceiras de Tony Bennett, foi uma iniciativa à parte, paralela ao seu trabalho original. O axé sempre se manteve.

Portanto, essa experimentação é positiva e rica para qualquer artista. Faz com que ele cresça e experimente sons e realidades que ampliam suas próprias perspectivas dentro do seu trabalho. A mistura de sonoridades é algo extremamente bem-vindo na música e só é alcançada quando acontecem essas misturas. Mas esse, infelizmente, não é o caso da Wanessa. E eu vou explicar por quê.

Com aposta no sertanejo, Wanessa Camargo mostra sua falta de identidade


Wanessa Camargo começou fazendo o que a indústria fonográfica chama de teen pop. Era um pop romântico voltado majoritariamente ao público adolescente, similar ao que faziam na época Sandy & Junior, KLB, SNZ e Felipe Dilon, só para citar alguns exemplos. Por isso, é mentira dizer que ela está “voltando às raízes”. Ela nunca cantou sertanejo nos seus álbuns. Existem apenas duas composições e uma música vertida para o português assinada pelo pai da cantora, Zezé di Camargo. Questionado sobre a razão de não escrever mais músicas para a própria filha, Zezé disse, à época, que era porque ela fazia uma música muito diferente da que ele faz.

No segundo álbum, e eu já relatei isso aqui, Wanessa dizia que estava buscando uma sonoridade “muito mais pop”. Sempre disse que se espelhava em Madonna e, enquanto seu pai escutava as músicas do gosto dele, ela sempre procurava por Michael Jackson e Abba.

A neta de Francisco saiu do teen pop com o maduro W: um álbum com uma pegada bem mais consistente e letras mais densas, compostas por batidas underground e guitarras bem marcadas que davam uma encorpada nas canções de uma maneira espetacular, mesmo nas faixas mais românticas, como Não Resisto a Nós Dois. Decididamente, isso não tem nada de sertanejo.

Se há algo de “sertanejo” na carreira de Wanessa é o Total, inclusive um dos álbuns que mais gosto dela. Não por ser o melhor, mas por fazer mais o meu estilo pessoal. Aqui, a cantora veio com uma proposta muito parecida com Shania Twain, em um country pop muito similar ao que Taylor Swift fazia. Ainda assim, não era sertanejo, no sentido mais bruto da palavra. Tem até um forró no meio — duramente criticado pelos fãs, inclusive —, mas era apenas uma faixa em um álbum que, apesar de menos pop (não ausente de pop), retratava o momento pessoal dela: apaixonada e recém-casada, as músicas vieram mais doces, leves e românticas.

Ao migrar, de fato, para o pop, Wanessa contemplou um público que já a acompanhava e que gostava desse estilo. Quem ouvia a garota Camargo também ouvia Britney Spears (não à toa ela foi capa da revista Vip com a chamada “A nossa Britney), Beyoncé (inclusive ela fez o show de abertura da apresentação da musa norte-americana) e Madonna (de quem Wanessa fazia covers constantes em seus shows). Talvez tenha causado algum estranhamento em alguns fãs mais acostumados com uma levada mais romântica, mas não foi uma troca de público. Apenas uma decisão mais firme baseada nas preferências pessoais e na naturalidade que seus seguidores teriam em migrar para este novo momento.

Apesar do álbum Meu Momento, o primeiro dessa época, ser um desastre, e ter músicas dignas de vergonha alheia (como a dispensável Máquina Digital), Fly foi extremamente bem elogiada. Quem a acompanhava sabia que era um projeto quase que experimental. Ou seja, Wanessa estava tentando encontrar a melhor música para essa sua nova fase e sua plateia sabia disso.

No entanto, depois de se firmar neste estilo, conquistar um público bem específico (com muita dificuldade, diga-se de passagem), Wanessa sai das pistas para gravar um arrocha muito tosco. Ignora o já conquistado, choca os fãs, muda a sonoridade e abandona toda a trajetória trilhada até então.

A justificativa, martelada por muitos veículos de imprensa e sustentada pela própria cantora e sua equipe, é de que Wanessa estaria “voltando às origens”. Mentira! Pode ser um retorno às origens da família. Mas da carreira, não. Ela nunca cantou o que está cantando agora. E mesmo se considerarmos que ela está retornando às origens familiares, nem isso é verdade. As músicas apresentadas até agora em nada se parecem com o que seu pai faz, nem com que Chitãozinho e Xororó e Leandro e Leonardo — citados como referência — faziam. Wanessa apresenta um sertanejo universitário, preguiçoso e sem identidade.

As possíveis razões para essa mudança


Wanessa não é burra. Na “era DNA”, ela chamou Naldo para compor uma música para ela. O cantor, febre nacional depois da horrorosa Amor de Chocolate, fez a igualmente medonha Deixa Rolar. Infelizmente, Naldo já tinha caído no esquecimento e a cantora não conseguiu aproveitar o sucesso do colega para ganhar pontinhos nos charts também.

Aí está só um exemplo de como ela sempre esteve bem atenta ao momento da música. Investir no sertanejo é um movimento natural de quem quem aproveitar a demanda que existe por esse estilo musical. Desespero por dinheiro? Não, eu não diria isso. Inclusive porque Wanessa não precisa e porque isso é desmerecê-la. É apenas uma necessidade pessoal, vejam:

Wanessa vinha se apresentando em boates. A DNA Tour não conseguiu levar aquela estrutura do DVD Brasil afora. Com aquele formato, o show passou apenas por três capitais: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e acumulou fracasso de público fora da capital paulista. Algo que Wanessa sempre deixou nítido foi seu desejo de estar no palco, de fazer um show bonito, com uma estrutura bacana, para um público grande. E imagino ser frustrante para ela se apresentar em lugares que, depois dela, semanas depois recebiam pessoas do calibre de Inês Brasil. Nada contra Inês, mas é que o tipo de trabalho que ela faz é um abismo de diferença do que o apresentado por Wanessa, não é verdade?

Portanto, olhar fenômenos do sertanejo como Marcos & Belutti, Henrique & Juliano, Luan Santana, Gustavo Lima, Maiara & Maraisa lotarem estádios e casas de shows, além da experiência do próprio pai e tio, certamente causou um desejo de mudança, uma necessidade de conquistar aquilo ali. No lugar de batalhar na música que vinha fazendo para garantir seu espaço (o que se conquista com o tempo, não de um trabalho para outro), ela foi pelo mais fácil: trocou o estilo, gravadora, empresário e começou a fazer música “linha de produção” para abocanhar um público que naturalmente já acompanha artistas desse estilo.

O triste é que Wanessa Camargo chegou aqui, depois de mais de 15 anos de carreira, sem nada. Ela não tem um estilo, não tem um público crítico e fiel que a acompanha (com raras exceções, os fãs que permanecem com ela o fazem pela pessoa incrível que ela é, além de se importarem menos com a música), além de ter jogado fora uma legião de pessoas que haviam acreditado nela depois dos trabalhos mais recentemente lançados.

Ou seja, com sorte, pode ser que este seja um bom momento para a carreira dela. Por quanto tempo isso vai durar e se vai ser algo memorável, digno de ser lembrado daqui alguns anos, só poderemos ver mais adiante (eu acredito que não). Espero, sinceramente, que um dia ela encontre sua verdadeira identidade e siga um caminho bem definido. Não adianta dar a desculpa de que pessoas mudam e que isso é natural. Os fãs atuais do ACDC não os acompanhariam se eles decidissem fazer country music. Os fãs do Wesley Safadão não o acompanhariam se ele decidisse gravar música erudita. Essas mudanças bruscas na carreira de qualquer artista, quando não calculadas e com um objetivo bem definido, são irresponsáveis e injustificáveis.

Só espero que Wanessa um dia entenda isso para observar que o que ela está fazendo não é sinônimo de maturidade. É uma prova de desrespeito e indecisão.

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domingo, 18 de agosto de 2013

Contagem regressiva para "É pop?"


O segundo semestre de 2013 vai ser bem agitado para os amantes de música pop. Lady Gaga, Katy Perry, Miley Cyrus, Beyoncé, Britney Spears e Rihanna estão entre as cantoras que vão lançar novos trabalhos nos próximos meses.

Selena Gomes, Demi Lovato e Wanessa já lançaram os seus recentemente. O Andarilho vai acompanhar cada lançamento, comentar os clipes, as apresentações de divulgação, os singles e discutir sobre o papel de cada uma na música pop nacional e internacional.

Devem entrar na roda de discussão, ainda, a recém-produzida Anitta, Luíza Possi - que está voltando aos holofotes em uma pegada bem pop - além das estrelas internacionais Madonna, Celine Dion (que também está prestes a lançar um novo trabalho), Cher, Nicki Minaj e Christina Aguilera.

Inadvertidamente, podem aparecer citações a Cláudia Leitte, Ivete Sangalo, The Wanted, Taylor Swift, One Direction, Justin Bieber, Justin Timberlake e Michael Jackson.

É a estreia do "É pop?" para os amantes da música pop, aqui no Andarilho.

domingo, 5 de maio de 2013

Com DNA Tour, Wanessa exporta a música brasileira para o mundo


Wanessa chegou ao ponto mais alto da sua carreira. Amadurecida profissionalmente e vocalmente, lançou nesta semana o registro da sua turnê DNA, onde interpreta as canções do último disco, de mesmo nome. Além de um show de alto nível, comparado a produções internacionais, a gravação do espetáculo está à altura do que vemos no palco.
Três painéis assimétricos, mais um telão de led ao fundo, complementam a linguagem musical.

São três atos que representam, de início, as aflições humanas, o sofrimento, o purgatório; passando por assuntos terrenos, onde são experimentadas as paixões, o amor, os ambientes urbanos, o sexo e, depois dessa descoberta e da vivência desses sentimentos, a história nos leva ao encontro da paz, da plenitude, da felicidade.

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Figurino do primeiro ato do show, nas trevas
Para representar esses três momentos distintos, o show inicia com um prelúdio, onde Wanessa aparece imobilizada por uma camisa de força preta. No vídeo, todas os símbolos e movimentos remetem à angústia, à prisão, ao desconforto. A música de abertura é a que dá nome ao show, seguida por Stuck On Repeat (a versão remixada pelo americano David Audé, que chegou a ser classificada pelo New York Post como “a música mais dançante dos últimos anos”), Get Loud, Murder e Messiah.
Nos telões, confusão, loucura, desespero, pane, imagens confusas e escuras combinam com a coreografia de movimentos curtos e rápidos, o figurino negro e as feições, tanto de Wanessa quanto dos bailarinos, fechada, aflita.

Performance de Stuck on Repeat, uma das melhores
coreografias do show
O segundo ato começa com Fly, música que orna muito bem com o momento do show, que vai falar sobre as experimentações, com a entrega ao que o mundo tem para oferecer. O figurino fica mais leve, despojado e Wanessa entra em cena com um vestido vermelho, retratando as paixões que serão vivenciadas neste ato. O telão dá espaço para imagens urbanas, elementos da Terra.
Esta é a parte mais brasileira do espetáculo. As músicas em português começam a ser executadas, a começar por Deixa Rolar, com o funkeiro Naldo (única canção realmente dispensável no show), seguida por uma versão de Não Me Leve a Mal com muita percussão, bastante latinizada. Sem Querer, do terceiro álbum da cantora, ganha uma nova roupagem, com mais guitarra e uma pegada mais rock n’ roll. Wanessa lembra de sua fantástica e inigualável veia romântica ao cantar Não Resisto a Nós Dois, às lágrimas, acompanhada de um coro apaixonado e embalada somente pelo piano, dando mais leveza à música. A romanticíssima You Can’t Break a Broken Heart, de Diane Warren, compositora que já trabalhou para Celine Dion e Christina Aguilhera, emociona e traz à tona toda a qualidade e potência vocal de Wanessa, indiscutível.
Wanessa e Bryan Tanaka, em Blow Me Away, no segundo
ato
Mas o momento romântico é breve e Preta Gil entra no palco em uma das apresentações mais divertidas e animadas. Mostrando-se completamente à vontade, ela leva o público inteiro a dançar e cantar com força. Wanessa e Preta espelham uma sintonia única que faz de Amor, Amor, cantada pelas duas, um momento delicioso e irreverente.
Provando que o segundo ato é o mais rico, o show segue com Blow Me Away, interpretada numa cama, com os telões em chamas, numa apresentação caliente, sensual e empolgante com o dançarino responsável pela direção de coreografia, Bryan Tanaka, que já trabalhou com estrelas como Beyoncé, Rihanna e Jennifer Lopez.
Por fim, Shine It On, escolhida para ser o carro-chefe de divulgação do DVD encerra a parte “terrena” do DNA Tour.

Quando o espetáculo vai começar a falar da plenitude, do nirvana, da paz, do Paraíso, Wanessa chega com Armosphere, seguida pela animadíssima Hair & Soul, que sintetiza toda a proposta do show, conforme vou falar mais adiante. Esta última, aliás, rendeu uma homenagem da plateia nos moldes do que já havia sido experimentado nas passagens de Britney Spears e Demi Lovato no Brasil, quando o público levanta plaquinhas com a inscrição “OH!”, em dado momento da canção.
O espetáculo vira uma pista de dança quando começa Worth It e sobe o morro da favela, com as batidas do funk carioca em Sticky Dough. Por fim, um dos maiores sucessos da nova fase de Wanessa, Falling For U, encerra o show.
Figurino do terceiro ato do show

É preciso dizer que, por mais que a maioria das músicas sejam cantadas em inglês, o show não perde a essência brasileira. Wanessa mistura funk e samba em muitas músicas. A percussão, que dá ares de reggaeton e axé em algumas canções, é extremamente destacada e conta, até mesmo, com um latão para dar uma sonoridade mais crua a algumas canções. O maior ato do show, o segundo, traz uma veia latina e coreografias abrasileiradas. Nota-se claramente que a intenção de Wanessa é fazer música pop, genuinamente norte-americana, mas com uma cara inteiramente brasileira, única, numa junção feliz do que há de mais popular na nossa cultura com o que existe de mais vanguarda lá fora, como o dubstep.

A escolha por retratar três momentos com sentimentos diversos não é gratuita. Além de uma linguagem que retrata sentimentos comuns a qualquer ser humano, Wanessa quis ser a voz das mulheres, ilustrando a busca por conquistas, pelo espaço, pela independência, pela liberdade, pela felicidade. Assim, passamos do primeiro momento onde os bailarinos homens assassinam as mulheres (em Murder), tapam suas bocas, vendam seus olhos, prendem-nas com sua força, até que, libertas dessas amarras, elas encontram, por meio das paixões, do amor, do prazer, da experimentação dos sentimentos, a atitude (demonstrada, principalmente, em Amor, Amor: “poderosa, atrevida, ninguém se mete mais na minha vida”, diz a letra) e, então, chegam à felicidade plena, a independência, o companheirismo entre as iguais, a beleza presente na alma em cada uma delas (Hair & Soul pode ser classificada como o título desse ato: o cabelo representando a beleza externa, numa alusão às particularidades, à liberdade, às diferenças que são muito visíveis no capilar das mulheres; e a alma, que é a beleza interior, o que elas têm de especial no íntimo de cada uma delas), além de Sticky Dough, que é um verdadeiro confronto entre os sexos, provando que as mulheres não têm nada de frágil, nem de inferior.

Wanessa dança o show inteiro, canta muito com segurança. É mulher e brasileira, mostrando ao mundo o que alguém do “sexo frágil” do “terceiro mundo” é capaz de fazer. DNA Tour é cheio de simbolismos externos ao show, inclusive. Ele nos tira o complexo de inferioridade, mostrando do que o brasileiro é capaz, que a nossa cultura, nossa verdade é completamente intensa e pode ser dominante tanto quanto a norte-americana nos é por aqui. E tudo isso feito por uma mulher, que já experimentou a pobreza, passando por uma vida mais tranquila, com dinheiro advindo do trabalho do pai, num estilo musical que desde sempre foi vítima de preconceitos, também responsável por ela sofrer preconceitos, mas que hoje, neste novo estilo, ganha o mundo com elogios e apreciação internacional, mesmo sem um trabalho intenso de divulgação fora do Brasil.

Enquanto isso, por aqui, continuam chamando Wanessa de caipira, como se isso fosse um motivo para diminuí-la. Felizmente, nenhum preconceito é capaz de diminuir alguém que, com seu brilho próprio, é capaz de ser grande. E ela mostra isso a todo momento, na sua plateia, na sua mensagem, nas suas origens, na sua história e no seu DNA.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Um novo Andarilho para você

Bem-vindos a 2012 e a um novo Andarilho, meus caros companheiros de caminhada! O ano passado foi bastante intenso aqui neste espaço, e tudo isso eu devo a vocês, meus fiéis leitores; poucos, mas especiais.
Aos que me visitam esporadicamente também fica o meu registro de gratidão. Afinal, foi por conta dos visitantes esporádicos que eu consegui, na metade de 2011, superar a marca de 1.000 visualizações do Andarilho em uma semana, naquele que foi o maior post da história do Andarilho, que discutiu a homossexualidade na sociedade brasileira.

Percebi ainda impressionantes e expressivas visualizações em agosto, quando a Rede Globo lançou mais uma edição do Criança Esperança. Um post antigo, que falava sobre a polêmica em relação ao projeto disparou nos números de visitas e o Andarilho foi um dos espaços na rede mais consultados para tirar dúvidas sobre este assunto.
Tivemos ainda a "Série Wanessa", que fez um apanhado da carreira da maior cantora pop brasileira, o quadro "Você Precisa", que acabou se saindo menos religioso - no sentido da frequência de postagens - do que eu imaginava, e as postagens que tratavam sobre "A Joinville que eu queria", discutindo os problemas da minha cidade.

Enfim, 2011 foi um ano muito bom para este blog - apesar da monografia e do pouco tempo que eu tive para o Andarilho - e que se mostrou com uma qualidade muito superior a todos os outros anos de existência deste espaço.

Para 2012, em breve formado (espero), vou dar mais atenção a este querido blog. Vamos continuar aprofundando as discussões rasas das redes sociais, fazendo a cobrança necessária para um país e uma cidade (Joinville) mais justa, falando de cultura, um pouco de mim e do Set Sétima, que acabou ficando em um canto esquecido do baú da minha vida em rede.

Diante disso tudo, nada melhor do que começar o ano novo com um blog novo. Os novos recursos que eu apresento a vocês são mínimos: os visitantes podem seguir o Andarilho por e-mail (cadastre seu e-mail na barra lateral), assistir a alguns vídeos no YouTube que também são sugeridos aqui na barra lateral, além de navegar pelos blogs recomendados por este autor que vos fala.

Afora isso é só a roupa nova mesmo, sempre tentando ser o mais atrativo possível para tornar a sua visita ao Andarilho cada vez mais construtiva. Me acompanhe nesta caminhada em 2012! Sem dúvida teremos um ano incrível pela frente!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Wanessa fala sobre a polêmica com Rafinha Bastos

Um dia, numa lanchonete que tinha como atração principal um karaokê, eu, meu chefe e meus colegas de trabalho, numa sexta-feira, fomos fazer um happy hour. Era noite já. Depois das 22 horas. Estava cheio. Eu já havia decidido, desde quando combinamos aquele happy, cantar com uma colega de trabalho no karaokê. A música estava escolhida e o chefe sabia disso. Mas ele foi à frente, cantar a música dele primeiro.
Fiquei aguardando do lado do palco com a minha colega para que, assim que meu chefe terminasse, eu pudesse tomar meu lugar e participar daquele momento de brincadeira e diversão. Logo que ele concluiu a música, anunciou:
- Agora, vem cá, Juliano! - E me abraçou. - Fiquem vocês com a vara comprida do (citou o nome da empresa)! O garoto que parece um Boneco de Olinda. Um poste sem lâmpada. E que tem pernas! - Todos riram. Todos que estavam na lanchonete. Os que jogavam sinuca pararam para ver quem era o ser que recebia aquelas elogiosas descrições. Mas eu cantei. Cantei e, envergonhado e raivoso, fui embora em seguida.

Todos riram. Era uma piada. Numa lanchonete só. Havia umas 200 pessoas lá, no máximo. Mas eu fiquei ofendido.

Nas últimas semanas o Brasil acompanhou um debate infantil e desnecessário. Como se ninguém tivesse mais nada melhor na sua própria vida com que se preocupar, fizeram uma tempestade em copo d'água.
Não é de hoje que o super sem graça e metido a sabixão (o típico caso do cara que se acha, isso é visível), Rafael Bastos, lança mais uma de suas pérolas. Dessa vez, disse, em mais um episódio de humor sem graça, que "comeria" Wanessa "e o bebê. Tô nem aí!", frisou.
Eu sempre achei esse Rafael um exemplar caso de falta de talento. E também ele já tinha disparado, diversas vezes, muitas piadas desnecessárias. Ainda assim, eram piadas. Que eu não gostava, não concordava, achava que eram ridículas e infantis, mas piadas.
Apesar disso, o cara falou mais uma besteira em rede nacional. Besteira porque expôs uma mulher grávida com todo o direito de se sentir ofendida, afinal, ela é conhecida. Por mais que não doesse em mim ou eu não achasse nada de grave, mas compreendo a situação de alguém ser motivo de chacota em rede nacional, ainda fazendo insinuações à sua gestação.
Wanessa sempre teve o direito de processar o dito humorista. Afinal, foi agredida. Como vocês verão adiante, a pena para o processo no qual Rafael Bastos está sendo enquadrado não é culpa da Wanessa. Está determinado na lei e será decidido por um juíz. Mas não tem gente que arma barraco ao sair de uma empresa porque foi chamado a atenção na frente de todo mundo? Então... Wanessa foi ridicularizada na frente do Brasil. Sim, foi piada. Mas ela tem todo o direito de se sentir ofendida.
E se você pensa o contrário, tente imaginar alguém que você ama sendo ridicularizado em rede nacional. Mesmo que seja em uma piada. Depois defenda Rafael Bastos.

A seguir, após longas semanas em silêncio, o desabafo de Wanessa. Como fã e, principalmente, como alguém que entende que seres humanos devem ser respeitados como seres humanos, me sinto na obrigação de divulgar as palavras dela:

Diante de um silêncio engasgado e em risco de sufoco, me coloco, aqui e agora, fora dessa condição.

Quero falar, não porque estão me cobrando essa palavra, não para dividir lados e opiniões e nem para ganhar defensores. Apenas quero tornar pública a minha verdade, já que se trata da minha vida e da vida do meu filho, que nascerá em poucas semanas, e também para defender a mim e a minha família de falsas acusações.

Mesmo sendo de conhecimento geral o começo de toda essa história, gostaria de voltar à ela.

Em uma segunda-feira, voltando de um trabalho para casa, alguém próximo me informou o que tinha acontecido. Chegando em casa, entrei na internet e vi o vídeo que mostrava o humorista Rafael Bastos falando sobre mim e, infelizmente, também do meu filho. Confesso que tive de rever umas três vezes para ter certeza do que estava vendo e ouvindo.

Não tive reação, só pensava em uma coisa: “calma, ele vai ´consertar´ a frase, dizer que se enganou, falou errado e pedir desculpas”. Mas isso, como todos sabem, não ocorreu dentro do programa naquela noite e nem mesmo naquela semana, seja na imprensa ou nas redes sociais.

No dia seguinte, toda mídia comentava o acontecido. Nos próximos dias, não havia uma pessoa que me encontrasse que não comentasse o assunto.

Confesso que o que era insuportável ficou pior ainda, pois, como se diz na linguagem comum: “vi e ouvi o nome do meu filho na roda” e a única pessoa capaz de estancar essa história, não o fez!

A cada dia que se somava de silêncio do outro lado, mais indignada e machucada me sentia. O assunto também indignou o público e eu não tenho nenhuma culpa disso. Já que a escolha de dizer o que queria em um programa ao vivo e em rede nacional, assistido por muitos, não foi minha.

Essa história foi tomando proporções maiores com cada atitude que o próprio humorista tinha. Aqui do meu lado, nada se ouviu sobre o assunto pois, inocentemente, ainda acreditava em alguma atitude de arrependimento.

A gota d’água, para mim, foi assistir a um vídeo produzido e postado pelo humorista onde ele, em uma churrascaria, ironiza toda essa história.

Em quase 11 anos como cantora já me senti e fui ofendida, já me julgaram de diversas maneiras, mas foi uma escolha minha quando resolvi seguir essa carreira e dar “a cara a bater”, porém, desta vez foi diferente. Rafael Bastos ofendeu, agrediu verbalmente, ironizou e polemizou com o meu filho.

E qual mãe no mundo não defenderia, até com sua própria vida, o seu filho?

Estou apenas desempenhando o maior papel que a vida me deu: ser mãe. Para defendê-lo, vi na Justiça de nosso democrático país, o melhor caminho. Por isso, entrei com um processo criminal de injúria que, segundo nossa Constituição e Código Penal, artigo 140 se aplica perfeitamente ao ocorrido, já que o crime de injúria consiste em ofender verbalmente a dignidade ou o decoro de alguém, ofendendo a moral, abatendo o ânimo da vítima.

Quando a notícia desse processo chegou ao conhecimento público, todos se apegaram a parte mais sensacionalista do caso, já que no artigo 140 a pena descrita para esse crime é de detenção de 1 a 6 meses. Esqueceram de dizer que a pena também se aplica com multa que pode ter um valor simbólico com doação de cestas básicas ou chegar a qualquer valor estipulado por um Juiz. E qual será o valor estipulado a ele se tivermos ganho de causa, não cabe a mim ou minha família decidirmos, isso cabe a Justiça.

Sinceramente, não estou interessada em dinheiro nenhum, muito menos que ele seja encarcerado em prisão alguma. Apenas desejo que esse processo faça o humorista repensar sua forma ofensiva de falar, disfarçada erroneamente em liberdade de expressão. Desejo a ele o arrependimento e que compreenda o ferimento que causou.

Gostaria de esclarecer, também, que eu e minha família não temos relação alguma com qualquer afastamento ou retorno envolvendo o humorista. Seria até pretensioso pensar que temos esse poder, já que a Band é uma empresa privada com seus donos, dirigentes e empregados e essa, sendo assim, se torna a única responsável por suas decisões. Qualquer notícia envolvendo esse poder fictício e covarde é falsa e mentirosa.

Muitas pessoas enviaram mensagens me pedindo para perdoar, mas só se perdoa quem pede desculpas e está arrependido. Eu não tive essa opção.

Essa é minha verdade e também a primeira e última vez que falarei publicamente sobre esse assunto. Tudo o que tinha para dizer eu disse aqui. Não sei se todos compreenderam minhas razões lendo este texto, mas peço, encarecidamente, pelo respeito ao meu silêncio de agora em diante.

Estou em um momento muito especial e sensível da minha vida e preciso de um pouco de paz, para receber meu filho com toda serenidade possível.

Obrigado pela atenção e espaço.

Wanessa Godoi Camargo Buaiz

domingo, 7 de agosto de 2011

DNA: O Melhor Álbum pop brasileiro tem nível internacional

Pra encerrar a Série Wanessa, vamos tratar do que motivou o Andarilho falar tanto dessa cantora nas últimas semanas: seu novo CD, "DNA".
Este é o melhor álbum pop já produzido no Brasil. Talvez o único, pelo menos neste estilo. E é triste ler textos de ditos críticos musicais fazendo comparações internacionais ao novo trabalho de Wanessa.
É bem verdade que "DNA" é totalmente em inglês, tem nível internacional - pela qualidade e bom gosto da produção, a finalização, entre outros fatores. Mas, ainda assim, é um disco brasileiro feito para brasileiros. Tem reais chances de despontar lá fora, mas ele, ainda, não é uma tentativa de projetar Wanessa para o mundo. O primeiro alvo é mesmo o Brasil, é preciso lembrar.
Sendo assim, por mais que o disco tenha canções que lembrem "Born This Way", da Gaga (como Murder), Madonna e Shakira (com a excelente Blow Me Away), ele é de ótimo nível porque não tem a pretenção de competir com essas três divas do pop mundial.

O álbum abre com a música que dá título ao trabalho. DNA usa o badalado dubstep, efeito que é presença obrigatória nas músicas pop europeias. Uma ótima música que, assim como Fly de "Meu Momento", é o grito que Wanessa dá pedindo atenção ao seu trabalho: "este é meu DNA", diz ela. Perfeita para pistas de dança e muito pessoal, que diz exatamente ao que o álbum veio, tanto em questões musicais, quanto das pretenções da artista e, especialmente, ao tom que o disco quer seguir.
A versão original da elogiada Stuck On Repeat vem em seguida. Música morninha, mas com uma letra inteligente e interessante. Murder, como já dito, caberia perfeitamente em "Born This Way". Mas é ótima. Uma das melhores do CD.

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O álbum segue badalado, ainda sem dar um "respiro", com a já conhecida Worth It e o primeiro single oficial, Sticky Dough, a música que muitos vêm comentando sem entender nada. Trata-se de uma faixa bem brasileira que mistura as batidas pop com o samba e funk carioca. Conta com a participação da desconhecida DJ BamBam, que canta os trechos da música onde a voz é mais "fininha". Portanto, não se trata da voz da Wanessa "trabalhada para esconder suas limitações vocais", como alguns vêm dizendo (sem saber do que falam). É BamBam cantando com Wanessa. Tem um refrão pegajoso e uma letra sem sentido. Puramente comercial e só.
Get Loud vem em seguida mantendo o tom badalado do álbum. Boa música. Falling For U presenteia todos com uma das músicas mais contagiantes cantadas por Wanessa. A ótima Blow Me Away, com seu som castelhano misturado às batidas pop, sustenta o ritmo do disco.
A nona é Rescue Mission. Interessante, a faixa compara um romance a uma missão de resgate e usa, inteligentemente, elementos como o som de um helicóptero, falas radiofônicas e batidas cardíacas, dando aquela sensação gostosa de estar ouvindo mais que uma música, mas uma radionovela, ou quase isso.
Tonight Forever é uma música gostosa e que é responsável por diminuir a "velocidade" do CD, já acalmando os ânimos para as músicas finais. Ótima, por sinal.
A penúltima é High, ótima canção onde Wanessa mostra muito do seu potencial vocal. E, pra encerrar, It's Over, a única balada romântica do disco. Emocionante, de letra triste, indispensável e que prova toda a capacidade vocal da cantora, a faixa de encerramento nos faz lembrar que, apesar de Wanessa ter, no seu DNA, a veia pop necessária para fazer o melhor álbum pop produzido no Brasil, cantar músicas românticas continua sendo seu talento principal.

Em tempo: o disco tem três faixas-bônus: a versão de Stuck On Repeat elogiada no New York Post, remixada por David Audé; uma Worth It para pistas de dança, por Mister Jam; e um epílogo que encerra, de fato, o álbum.

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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DNA para meus seguidores do Twitter

Como um exímio fã da Wanessa, preciso fazer a minha parte pra ajudar nas vendas desse novo CD, "DNA". Ainda assim, de nada adiantaria nas vendagens minhas humildes 5 ou 6 cópias. Portanto, resolvi fazer uma boa ação no twitter para meus queridos seguidores.

Excluindo os fãs da Wanessa (que têm obrigação em comprar o álbum), os meus seguidores que demonstraram interesse em faturar o CD foram listados e eu farei um sorteio bem amador.

Chegando em casa, listarei todos num papelzinho, dobrarei, colocarei numa sacola e tirarei dois nomes. Estes serão os ganhadores.

Para provar que não será uma fraude, vou gravar tudo e postar no Youtube. Em seguida, postarei aqui. Faço isso hoje (04/08) assim que chegar em casa.

Boa sorte aos envolvidos!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Série Wanessa: A discografia volátil e a busca pelo pop


Faltam apenas dois dias para o lançamento oficial nacional do novo CD de Wanessa: "DNA". Enquanto isso, o Andarilho continua com a série Wanessa. No post de hoje, vamos relembrar a discografia da cantora e entender porque este DNA não é fruto - somente - desse moda pop que se espalhou por diversos países com o advento de nomes como Kesha, Katy Perry, Lady Gaga e, mais tradicionalmente, Britney Spears e Madonna.

O primeiro CD foi lançado em 2000. Chamado simplesmente "Wanessa Camargo" - o nome artístico adotado, então, pela cantora - contava com sucessos como "O Amor Não Deixa", "Apaixonada Por Você" e "Eu Posso Te Sentir". Quase experimental, o disco trazia composições de Zezé di Camargo, uma regravação do Kid Abelha (com composição de Hebert Vianna - Educação Sentimental II) e uma versão para "Born To Give My Love To You", traduzida para "Eu Nasci Pra Amar Você". Muito romântico, o disco buscava algumas levadas pop, mas muito ingênuas, com canções como "Fuga" e "Deixa Pra Lá".


O segundo álbum, também intitulado "Wanessa Camargo", trouxe sucessos como "Eu Quero Ser o Seu Amor" e "Tanta Saudade". Neste CD, havia uma faixa bônus com o clipe de "Eu Posso Te Sentir", do primeiro trabalho, e uma entrevista, na qual Wanessa revelava estar "sempre buscando uma levada mais pop". Desde então, se podia ver que o objetivo e o gosto da cantora se voltavam para algo que sempre a chamou atenção em Madonna, por exemplo, sua cantora-referência.
Wanessa sempre foi fã confessa da Rainha do Pop, participando dos shows e interpretando sucessos de Madonna em suas turnês pelo país.

Além do hit de abertura, o segundo CD de Wanessa trazia "Tudo Bem", "Um Grande Amor", "Gostar de Mim" e "Enfeitiçada", menos melosas e mais condizentes com o que Wanessa expressava como sendo o seu desejo com seus trabalhos em diante.

Mas as pretenções de Wanessa não se confirmaram no terceiro álbum, lançado em 2002. O primeiro single, "Um Dia... Meu Primeiro Amor", além de extremamente romântico, tinha letra ingênua e rasa. Apesar disso, o CD guardava grandes composições e sucessos que perduram até hoje, como "Sem Querer". Mais madura e segura da sua voz, o novo trabalho, novamente, era intitulado com o nome da cantora.

Em 2004, Wanessa lança "Transparente". Apesar da fuga completa da "busca pelo pop" mostrada em 2002, esse novo trabalho, CD/DVD, foi o registro de um show ocorrido no Claro Hall, no Rio de Janeiro. Wanessa apresenta um show dançante e animado, interpreta músicas de Madonna e dança com muita sensualidade. "Me Engana Que Eu Gosto" é o primeiro single desse novo trabalho.
Apesar de predominantemente pop, a cantora relembra seus sucessos românticos. Das quatro músicas inéditas no álbum, duas são românticas: "Difícil é Controlar a Paixão" e "Metade de Mim", que também viram singles.

Até então Wanessa vinha numa crescente, demonstrando, sempre, cada vez mais interesse em se aproximar de uma música mais pop. O auge dessa busca pode ser conferido em "W". Sombrio, intenso e impactante, o trabalho é lançado em 2005 depois de crises pessoais na vida da cantora, refletidos claramente nas fotos do encarte e no próprio sentimento que as músicas emanavam.
Além das canções românticas que chegaram a embalar até novela (caso de "Não Resisto a Nós Dois"), grande parte do álbum contava com batidas coordenadas pelos DJs Zegon e Apollo 9, além do reggaeton de "Amor, Amor". Até hoje, é considerado um dos álbuns mais inteligentes da carreira de Wanessa.

"Total" chegou em 2008 com uma sonoridade totalmente diferente do que havia sido feita até então por Wanessa. Nada de pop, nem de misturas de reggaeton e presença de DJs, nem os melodramas dos três primeiros álbuns. "Não Tô Pronta Pra Perdoar" é o primeiro single que mostra exatamente qual é a cara do CD: estilo country, muito parecido com o feito por Shania Twain.

A sonoridade do CD pode ser explicada pelo momento em que Wanessa vivia: recém-casada, a cantora expressou no seu trabalho a totalidade dos sentimentos que afloravam nas suas relações pessoais. Nada de sensualidade e coreografias elaboradas que vinham evoluindo até então: "Total" era um disco para ser cantado.


Mas o desejo de Wanessa foi - sempre - chegar nas rádios pop. Buscara isso em toda sua trajetória artística e havia meio que "chutado o balde" ao lançar "Total", já que seria impossível emplacar as músicas desse álbum nas rádios em que Wanessa almejava escutar sua voz.

Diante disso, traçou novas metas junto com seu marido - e agora empresário - Marcus Buaiz: divorciou-se (artisticamente) do sobrenome Camargo, convidou um rapper para fazer um dueto no primeiro single e lançou "Meu Momento": um grito ao fim do preconceito contra ela e um aviso do que estaria por vir: Wanessa não era mais a menina romântica. Estava decidida a traçar novos caminhos.

Com letras que sempre pedem atenção para o seu trabalho ("Ouça o que eu tenho pra falar, veja o que eu tenho pra mostrar"), "Meu Momento" não tem a mesma maturidade de "W", por exemplo. É, sim, uma espécie de experimetação, da mesma forma que o primeiro álbum havia sido. Mas, agora, com uma nova sonoridade.

Apesar do grito de "sou diferente" ter sido lançado e ecoado, "Meu Momento" não foi um CD forte. "Fly", com o rapper Ja Rule, emplacou, surpreendeu, bateu recordes. "Não Me Leve a Mal", segundo single do álbum, também foi muito bem aceito, mas o disco não tinha nenhuma outra música com força para single.


Wanessa gravou, então, o Music Ticket: um cartão com um código que, ao ser informado no site da cantora, disponibilizava quatro músicas recém-gravadas. Tratava-se de sucessos estonteantes como "Falling For You", "Worth It" e "Stuck On Repeat", que viriam a se tornar fenômenos nas pistas de dança e rádios do país e do exterior. Além dessas, "Party Line" também integrava as músicas promocionais do cartão.


Agora o resultado desses anos de trabalho abrindo caminho no meio da mata fechada vai começar a aparecer. Wanessa chegou onde queria. A maturidade, como sempre ocorreu com ela, vai vir com o tempo. E por comprovação em fatos podemos ter certeza: essa evolução virá acompanhada com muita qualidade.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Série Wanessa: O sonho pela música e as razões do preconceito


Neste mês, como explicado aqui, entre outros assuntos que porventura surgirem, o Andarilho estará fazendo um panorama histórico da carreira de Wanessa.
No post de hoje, vamos acompanhar o início da carreira da cantora. Mas, para isso, precisamos voltar um pouco no tempo, afinal, para alguém decidir escolher a música como profissão, deve existir algumas motivações. Então, seguimos.

Se existe gente que nasce em "berço de ouro" por ter sido criado em família abastada, podemos dizer que Wanessa nasceu num "berço de música". Mesmo sem dinheiro, a família Camargo respirava musicalidade desde gerações passadas.

Francisco, avô da garota, sempre foi um apaixonado por música e fez de seu filho, Mirosmar, mais conhecido como Zezé di Camargo, um verdadeiro cantor. Antes de montar a dupla com seu irmão Luciano, Zezé já cantava e vivia numa situação de plenas dificuldades financeiras. Nessa época, Wanessa já era nascida.
Foi somente com oito anos, depois de ouvir muito seu pai cantar e de presenciar diversas aulas de canto que ele ministrava a seu tio Luciano, que a garota pode vivenciar uma realidade distinta da vivida até então: sua família, com "É o Amor", passou a ser conhecida. Veio a fama, a mudança de status social e o crescente desejo de cantar.

Ainda criança, Wanessa participou, em São Paulo, de um musical, chamado "Miausical", adaptação da peça americana "Cats". Anos mais tarde, com o sequestro do seu tio, Zezé mandou a família para os Estados Unidos, para que vivessem em segurança por certo tempo. Lá, Wanessa completou sua fase colegial numa escola que tinha diversas aulas extras de arte. E entre todas as formas de arte, a garota escolheu a música. Essa escolha possibilitou a Wanessa fazer parte de um coral que se apresentaria em palcos importantes nos Estados Unidos, como a Disney.
Não demorou muito para vir o desejo do primeiro CD. E saiu, em 2000, com sucessos como "O Amor Não Deixa", "Apaixonada Por Você", "Eu Nasci Pra Amar Você" e "Eu Posso Te Sentir".
Até aquele momento, não havia ninguém que fizesse esse tipo de música, além dos também filhos de sertanejo Sandy & Junior. Imediatamente vieram as comparações, cobranças, críticas e deboches.


Wanessa era colocada no mesmo patamar da outra dupla de mesmo estilo e de família criada na música. Mas esqueciam-se que, enquanto esta estava apenas começando e buscando ainda um estilo próprio, a outra já havia tido tempo de achar o que queria, já tinha anos de experiência, inclusive os pais tinham mais estrada. Ao contrário de Wanessa, a dupla de irmãos teve a oportunidade de errar e cantar músicas não tão artísticas, por assim dizer; porque eram crianças e, por isso, a cobrança nunca fora tão pesada.

Wanessa precisava ser igual: estar certa do que queria, cantar somente músicas acertadas artisticamente e ter as mesmas técnicas vocais de qualquer pessoa com anos de estrada. Pra quem não gostava nem da dupla, nem de Wanessa, restou o rótulo de "brega" e "caipira", além de ser acusada de fazer carreira em cima da fama do pai.
Wanessa participou de um Domingo Legal, programa então apresentado por Gugu Liberato, no SBT. Ao vivo, inesperadamente, e de improviso, ela foi convidada a cantar uma música sua com Ivete Sangalo. Tentando, na hora, as duas, fazer um arranjo vocal para a música, o resultado foi um fiasco. Ivete não foi criticada por isso. A crítica caiu duplamente para Wanessa: a breguinha, além de cantar mal, fez Ivete desafinar.

De outras correntes, veio outra crítica: a de querer copiar. Wanessa foi acusada de querer copiar Sandy (isso foi exaustivamente falado), Shakira e até Britney Spears. Mais tarde, disseram que ela queria copiar Mariah Carrey e Shania Twain. Além das comparações que, ao longo da sua carreira, foram sendo ditas. Mas isto é assunto para mais adiante.

Com essa exaustiva cobrança, de um desempenho perfeito, começaram a surgir críticas que nem estavam ligadas com o trabalho artístico de Wanessa: a cantora era taxada de gorda, depois de ex-gorda, depois de magricela demais. Em seguida, veio a fama de rebelde e de querer se achar.

Tudo estava incutido no preconceito de grande parcela da população que nem conhecida o trabalho de Wanessa, mas por avaliá-la somente através de comparações, acabavam por não gostar dela. E, claro, a mídia de fofoca, principalmente, era a principal protagonista na divulgação de todo esse tipo de críticas e cobranças.
De tudo isso, é possível chegar a conclusões fáceis: KLB, trio de irmãos cujo pai é um importante empresário, que financiou a carreira dos filhos, acabou. É a prova que dinheiro não compra uma carreira.

SNZ, filhas da cantora Baby Consuelo e do guitarrista Pepeu Gomes, e Pedro & Thiago, dupla de primos formada pelos filhos de Leandro & Leonardo, surgiram, todos, na mesma época que Wanessa. E já não existem. É a prova que ser filho de gente famosa também não garante futuro na carreira musical.
Wanessa buscou melhorar e deu tempo ao tempo para conquistar tudo aquilo que precisava ser aprimorado: sua voz, seu estilo musical, seu público. O que veremos a seguir é um vídeo que mostra a capacidade que a jovem, ainda com 17 anos, já tinha. Na época só faltava rumo, objetivo. Talento, é inegável, ela tinha. Hoje, obviamente, está muito melhor.

E, claro, vamos relembrar o primeiro sucesso de Wanessa.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Wanessa e a revolução da Pop Music no Brasil


Será lançado neste mês o novo álbum da Wanessa. E o Andarilho vai fazer um apanhado histórico da carreira da cantora até aqui.

Mas, afinal, porque disso?

Simplesmente porque Wanessa está fazendo com a pop music no Brasil o que nenhum outro artista fez. Isso é indiscutível. Mas até onde vão os méritos dela? Há brasilidade neste novo trabalho? Wanessa está pegando a onda das grandes divas internacionais atuais da pop music para fazer sucesso? Há verdade nesse trabalho? Seriedade? Arte?

Existem perguntas que poderemos responder com mais facilidade. Outras, teremos que esperar o CD - entitulado "DNA" - sair para, então, fazermos uma análise com mais propriedade.

Até lá, vamos conhecer um pouco mais de Wanessa e onde esteve essa vertente pop ao longo da carreira dela e que ninguém nunca percebeu. Nem ela.

Pra começar, ficamos com um vídeo divulgado pela Sony Music, que mostra os bastidores da produção de fotos para o encarte do novo CD. Acompanhem e divulguem! Vamos saber o que está se fazendo de música pop NO Brasil e PARA o Brasil.