domingo, 25 de janeiro de 2015

Brasil: séculos de atraso. E a culpa, sinto dizer, não é do PT

Primeiramente é preciso deixar claro que eu não sou filiado a partido algum. Eu tenho uma ideologia humanista, o que me coloca numa posição política mais à esquerda – e só isso já bastaria para não ser classificado como petista (ou petralha, como queiram), afinal, ao contrário do que muitos querem crer, há anos o PT abandonou as históricas bandeiras de esquerda. Mas nem mesmo dentre os partidos verdadeiramente de esquerda eu não me filio, pois não sinto segurança para tal. Dito isso, prosseguimos.

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Fiz questão de deixar isso claro para que este não seja interpretado como um texto de apologia ou defesa ao PT, Lula ou Dilma. É apenas uma reflexão sobre o Brasil, nossa história e as contradições no discurso daqueles que acreditam que o atraso que o nosso país sofre com relação a outras nações é culpa desse governo que está aí.

A história do Brasil já começou mal. A cultura indígena que existia aqui foi esmagada pelo imperialismo português que, não contente apenas em “catequisar” os índios e tomar as terras destes, carregaram para a Europa muitas das nossas riquezas, como as madeiras do pau-brasil, riquíssimas para colorir tecidos, e os minérios. 

Quando a coisa apertou por lá, a família Real veio todinha para cá, não sem provocar mais estragos. O Brasil nunca foi uma terra palco de projetos de desenvolvimento em prol das pessoas que aqui moravam. Éramos apenas curral de enriquecimento alheio, morada de índios renegados, escravos importados e, mais tarde, de imigrantes desafortunados, praticamente expulsos de uma Europa falida e em crise, que tiveram que enfrentar as jornadas desumanas nas grandes lavouras de café ou as terras atoladas dos mangues do sul.

Hoje vivemos o mais longo período democrático da história. Antes disso, em mais de cinco séculos de existência, sofremos com exploração atrás de exploração, golpe atrás de golpe, falcatrua atrás de falcatrua. E, convenhamos, nada disso é culpa do PT.

Hoje, claro, pagamos caro – literalmente – pelo país que construíram para nós. Pagamos caro por causa de uma corrupção enraizada no poder que é tão histórica quanto o descaso que o Brasil sofreu por aqueles responsáveis por torná-lo uma nação. Sempre sofremos com corrupção, sempre tivemos que pagar mais caro pelas coisas, sempre as tecnologias chegaram aqui com defasagem de tempo. Sempre estivemos à mercê de grupos religiosos ditando nosso modo de vida.

Isso é ruim? Sim, é péssimo. Mas por outro lado faz parte da construção de uma nação rica e próspera. O que precisamos é investir, acima de tudo, em educação e mudar essa cultura de reclamantes do Facebook e porta vozes do achismo para compreendermos mais a nossa história e a nossa sociedade. Porque se não for assim, nunca evoluiremos.

A educação é necessária, primeiramente, para desmistificarmos mitos enraizados no nosso cotidiano. Um deles é que os Estados Unidos são modelo. Não são. Os norte-americanos só conseguem ser modelo de um capitalismo selvagem, excludente e, diferentemente do que costumamos ver na mídia e no cinema, sofrem com a pobreza, com a violência e com o descaso na saúde, por exemplo. Afinal, lá não existe tratamento de saúde de graça.

Outro mito é o exemplo Europeu. Ok, talvez isso não seja exatamente um mito porque, realmente, em muitos países da Europa a qualidade de vida é ótima, as cidades são humanizadas e a educação é invejável. Mas a que custo eles chegaram nesse patamar? O continente europeu é milenar. Eles também tiveram de passar por ditaduras, guerras, doenças, crises, fome, escravidão, revoluções, mortes – e tudo isso mais de uma vez – para então chegarem ao nível de civilidade que muitos têm. E na civilidade e na educação que nascem as cidades mais bonitas, as pessoas mais saudáveis e a vida mais tranquila, embora isso não seja regra.

Do oriente, então, nem se fala. Pelo que consta eles são alguns dos povos até mais antigos que os próprios Europeus.

Mas, voltando à Europa, é importante lembrar que a riqueza deles não foi/é consequência apenas do sangue, suor e lágrimas dos seus conterrâneos, não. Até hoje a África, o Oriente Médio e a América Latina – incluindo nós brasileiros – pagamos pela ganância e pela exploração europeia. 

A questão não é culpar o Velho Continente pelas nossas mazelas. Nós poderíamos muito bem dar a volta por cima, como fizeram os coreanos. O objetivo de trazer essas questões à tona é encararmos a realidade: somos frutos da exploração, carregamos na nossa veia o sangue de corruptos e exploradores e não queremos – ao menos não deveríamos querer – explorar outros povos para garantir nossas riquezas.

Se não quisermos pagar caro pela nossa evolução, como a Europa teve de fazer, teremos que aprender. E novamente menciono a importância da educação. E a partir daí, dando a devida atenção a este item, poderemos evoluir. Mas isso leva tempo e temos exemplos no mundo todo disso, dessa demora pelos resultados.

Portanto, não é correto, justo, nem honesto culpar o PT pelo atraso do Brasil. O atraso que vivemos é fruto da história. E muitos dos que estarão lendo esse texto podem não saber, mas cultivam em si um pensamento retrógrado que em nada contribui para a nossa evolução.

Exemplo disso é a nossa ainda predileção pelos veículos individuais, pela construção de estradas cada vez maiores roubando o espaço que deveria ser dado a transportes alternativos, como a bicicleta o os coletivos. É a nossa preguiça em ler e adquirir conhecimento, e preferir formar opiniões com base no achismo e nas mídias tradicionais. É o nosso apego a pensamentos ultrapassados e retrógrados, especialmente os que defendem o núcleo familiar tradicional que inexiste, já foi realidade há anos e hoje não representa o nosso modo de vida.

O machismo não nos deixa evoluir, a implicância com movimentos sociais, a adoração à meritocracia, o desejo pela vingança e pela pena de morte, a mercantilização da educação e da saúde, o desrespeito com a natureza, enfim. Enquanto não formos mais humanos, enquanto não pararmos de achar que o dinheiro é o centro de tudo e enquanto não atualizarmos nosso pensamento e não colocarmos as nossas necessidades dentro de uma visão atenta à nossa realidade contemporânea, não evoluiremos.

E a culpa disso não é do PT. É, sim, de cada um de nós.

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domingo, 30 de novembro de 2014

Um adeus sob lágrimas ao eterno Chaves

Por causa dessa vida corrida e cruel só soube da morte de Roberto Bolaños, o eterno Chaves, no sábado, dia 29. Fiquei sentido, afinal, o ator foi o responsável por alguns dos grandes momentos da minha infância e me acompanha até hoje, diariamente, na minha vida.

Mas foi somente neste domingo, 30, que a ficha caiu. Ao ver um vídeo produzido pelo SBT homenageando o ator e contando um pouco da trajetória dele, chorei. Mas chorei muito. Copiosamente. Solucei, abracei a minha mãe e chorei mais. Nunca, em toda a minha vida (graças a Deus), eu fiquei tão triste com a morte de alguém.

Cheguei a questionar à minha mãe: “Por que a gente chora por alguém que nem conhece?”. E ela respondeu: “Porque somos humanos. Somos sensíveis.”

Mas não era só por isso.

(Devo confessar para vocês que comecei, neste momento, a chorar de novo. Vai ser difícil escrever esse texto, mas vamos lá).

Chaves representa tudo o que há de mais importante na minha infância. Já contei em outras ocasiões aqui que eu nunca fui menino da rua. Minha diversão era ficar em frente à TV. Nem podia fazer algo diferente. E nessa realidade, Bolaños sempre foi uma das minhas companhias prediletas.

Cada situação, cada “pegação no pé” entre as crianças da Vila retratavam exatamente aquilo que acontecia na escola. Um coleguinha querendo tirar sarro do outro, alguém sempre tentando levar vantagem, outra pessoa que era a encarnação de alguma crença/lenda – tal qual a Bruxa do 71 – enfim... O que acontecia na Vila era mais ou menos o que eu vivia diariamente. No fim das contas, tudo terminava em brincadeira. Tudo era uma brincadeira. Com muita inocência, muitos sorrisos, muita diversão, muita inocência.

Ao chegar em casa, embora muitos dos meus colegas de classe já preferissem “Malhação”, eu ainda fugia da série da Globo. Junto ao meu café da tarde, normalmente pão fatiado com doce de leite, ainda vestindo uniforme da escola, estava Chaves. Depois Chapolin. Só fui conhecer “Malhação” depois que o SBT mudou o horário do seriado mexicano.

Cresci rindo das idiotices do Quico, das trapalhadas do Chaves e com a bondade maliciosa do Sr. Madruga. Me afino até hoje com os episódios do choque (Curto Circuito), em Acapulco e com um outro em que o Quico questiona a insistência do Professor Girafales de só presentear Dona Florinda com flores, enquanto essa sempre oferece apenas café ao namorado: tudo fruto da criatividade e do humor simples e familiar criado por Bolaños.

Por favor, poupem-me de acusações de machismo ou homofobia dos textos dele. Apenas parem de dar um tom político a uma série que nunca teve tal pretensão (embora nos fizesse ter nós na garganta com questões sobre a pobreza e a fome). Também não me façam crer ainda mais na chatice do mundo dizendo que temos que valorizar mais as coisas daqui. Sabem por quê? Porque o que eu mais valorizo de verdade, e o que mais importa para mim, é aquilo que está no meu coração.

O Chespirito, o Chaves, o Chapolin me fizeram dar sorrisos sinceros. Me trouxeram a companhia em momentos de solidão, foram meus amigos de brincadeira e sentaram-se comigo à mesa do café (na verdade, sentam até hoje). Esses são sentimentos tão sinceros quanto as lágrimas que derramei neste domingo.

Lembram do meu texto sobre a Hebe Camargo em que eu falava que um pouco da televisão brasileira havia morrido com ela? Então... a morte de Bolaños me fez ver uma dura realidade: aos poucos a minha infância – que existe em mim até hoje – também está morrendo. Pelo menos eu tenho as memórias felizes e esperançosas que me fazem, dia após dia, ser um adulto melhor.

Vá em paz, Roberto Bolaños. Porque desde que nasceu, você sempre trouxe mais paz e alegria para a nossa alma. E isso nunca poderá ser mudado.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Os lançamentos de Katy, Gaga e Britney



Vou falar dos novos (e mais recentes) lançamentos de três das maiores cantoras pop da atualidade: Katy Perry com Roar, Lady Gaga com Applause e Britney Spears com Work Bitch. Em comum, está o desejo das três em não arriscar; não fazer mudanças bruscas nas suas devidas sonoridades. Especialmente Katy Perry e Britney Spears. 

Ainda que essa reflexão tenha começado dessa forma, este não é um texto comparativo. É, quem sabe, uma espécie de “balanço”. Não tenho o objetivo de colocar no mesmo patamar, nem depreciar ninguém. Também não sou especialista: tudo é apenas a minha humilde opinião de alguém que gosta e acompanha o trabalho dessas três grandes vozes do pop internacional.


Katy Perry - Roar
Katy foi a primeira a lançar o single do seu novo álbum, Prism, e retornou com uma música fácil, de refrão contagiante e, posteriormente, um clipe engraçadinho e lúdico. Essas coisas soam familiares? Exatamente, lembram muito o antecessor Teenage Dream.

O que causou contrariedade em muita gente é que, nos teasers de divulgação de Roar, a nova música – e principalmente o novo álbum – eram caracterizados como trabalhos completamente díspares do mostrado no último trabalho de Katy. A peruca azul foi queimada, os doces enterrados e, ao final de tudo isso, surge um single totalmente “aplicável” a Teenage Dream. 

Também teve toda a confusão quanto a um possível plágio de Brave, ótima canção de Sara Bairelles. Uma suposição completamente tosca por vários motivos: a não ser pelo teclado demarcando o tempo nas estrofes de ambas as músicas, elas em nada se parecem. Brave, aliás, foi lançada em abril: quatro meses depois da finalização de Roar, segundo os produtores de Katy e a própria cantora. Sara, aliás, também achou a comparação absurda numa das entrevistas concedidas por ela em que o assunto surgiu na pauta.

Enfim, Roar pode até não ser tão diferente do que ouvimos em Teenage Dream, como as pessoas esperavam. Mas é uma ótima canção, contagiante, marcante, com vocais excelentes e uma produção magnífica.



Lady Gaga – Applause
Gaga anunciou o seu retorno de uma forma bem... Gaga. Bom... segundo prometido pela cantora, a lua entraria em eclipse solar, todos os vulcões do planeta entrariam em erupção ao mesmo tempo e os extraterrestres se revelariam. Ok, exagero. Mas, enfim, ela prometeu aquela revolução da música, que seria uma explosão de sei-lá-o-quê e... bem, a gente sabe e já previa, nada disso aconteceu.
Applause é uma música boa, criativa e, ao contrário do que dizem os haters, não é uma súplica de Gaga por atenção e aplausos. Eu achei, na verdade, uma canção que demonstra justamente aquilo que qualquer pessoa que trabalha com arte quer. É o combustível motivador para cantores, atores, musicistas, bailarinos, enfim... Quem trabalha com arte, cultura, vive de aplauso. Neste sentido eu acho a letra até uma representante da classe. Achei digna.

A batida também é excelente. O pop de Lady Gaga fica cada vez mais refinado. Embora as músicas do The Fame, com um ponto alto em The Fame Monster, tivessem sido mais “tragáveis” ao grande público, elas eram, também, mais “farofas”. Em Born This Way, a Mother Monster já trouxe canções mais bem produzidas e com arranjos e vocais mais complexos. E Applause é uma demonstração de que a musicalidade de Gaga está evoluindo sempre mais, apesar de suas extravagâncias.



Britney Spears – Work Bitch
Britney se revelou, em seu retorno, mais marqueteira do que foi em Femme Fatale. Colocou uma contagem regressiva em seu site, disparou sutis declarações nas redes sociais, liberou os comentários dos produtores e compositores que estão trabalhando no novo álbum e, claro, contou com a ajuda dos paparazzi documentando todos os seus passos.

Um dia antes da estreia oficial, eis que vaza Work Bitch. E o que era pra ser uma música com nova sonoridade, uma letra mais consistente que não ficasse falando só de paparazzi e pista de dança – coisas prometidas pelos seus produtores – se mostrou exatamente isso: um vazio na letra e no ritmo.
Na balada ela vai funcionar. Os aficionados por música eletrônica – aqueles para os quais letra e voz são apenas artigos de luxo numa canção – também vão se acabar. Mas para qualquer pessoa que seja um pouco mais crítica e menos paga pau de Britney Spears, ficou a decepção. A música é o Will.I.Am – principal produtor do álbum – cuspido e escarrado. Britney não canta: fala. E não há nada de novo. Mesmo no gélido e impessoal Femme Fatale, a princesa do pop trouxe elementos novos para a sua música logo de cara, com o dubstep em Hold It Against Me.

De repente, o pior dessa história com a Britney Spears seja a expectativa criada em torno de um novo trabalho dela. Ainda tenho a esperança que as outras músicas do álbum sejam mais maduras. O que imagino é que Britney tenha ficado com medo de errar, de não conseguir boas colocações em meio a tantos lançamentos de gente de peso. Aproveitou o sucesso estrondoso da péssima Scream & Shout para garantir-se no topo dos charts e lançou uma farofa autotunada para garantir seu espaço.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"Círculo de Fogo" no Set

Depois de quase oito meses sem novas postagens, o Set Sétima volta à ativa. Dessa vez, parece, é pra valer!
E se você estava precisando de uma dica de filme para o fim de semana, fique ligado! O novo filme de Guillermo del Toro vale o ingresso e é uma clara homenagem aos filmes de monstros que são tão presentes no imaginário japonês, principalmente. Lembram de Godzilla?

Leia a crítica de "Círculo de Fogo" aqui!




quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A saga da casa própria e a dor de sonhar



Eu não tenho uma sugestão de como resolver o problema da falta de acesso à moradia no Brasil. É um direito de qualquer pessoa, mas embora tudo seja propagandeado com muito alarde, como se fosse muito fácil, a realidade não é assim.

Penso que todos têm o direito de morar em um lugar digno e humano, com um mínimo de conforto, organização, espaço e beleza. Mas a exclusão social começa quando o crédito só fica “acessível” a pessoas com renda menor em empreendimentos que não são casas, nem apartamentos, nem mesmo apertamentos: são lugares para dormir com um banheiro. Só.

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Não é exagero. É a realidade. E o mais triste é abrir o jornal e ver que a imprensa, em vez de criticar, compactua com isso chamando de “tendência”. Pior: “preferência”. Me diz, respondam com sinceridade: quem gosta de viver em uma caixa de fósforo?

Para ilustrar e também explicar o motivo do meu desabafo, vou contar o que está acontecendo comigo. 

No início deste ano comecei a sondar alguns amigos que compraram apartamentos recentemente para entender como tinha se dado o processo e estabelecer uma meta de poupança para conseguir dar entrada no meu imóvel. Um amigo me disse R$ 10 mil, outro R$ 8 mil e outra, que comprou na planta, chegou a pagar somente R$ 2 mil. Me animei e estabeleci que juntaria, até escolher a morada, R$ 10 mil. Achava um preço justo para entrada.
Assim, bolei uma estratégia para guardar dinheiro sem comprometer minhas finanças, dívidas e a minha vida. Fui negociar umas coisas pendentes e claro que nenhum banco ajuda no processo, né? Com o Bradesco, por exemplo, passei bons bocados e só fui atendido quando ameacei recorrer ao Banco Central. O Santander pode ser o motivo de outra dor de cabeça, que só vou descobrir no futuro, mas isso são outras histórias.

Vida financeira organizada, era hora de pesquisar construtoras, imobiliárias, projetos, zoneamento, etc. Fui listando algumas coisas, vendo o que eu podia e o que não podia, sonhando, olhando até que o fim do ano se aproximando e, com ele, o fim do prazo para juntar o meu dinheiro. Então já comecei a buscar contatos mais próximos, conversando com corretores e me mostrando interessado em alguns empreendimentos.

Hoje, quarta-feira, 21 de agosto de 2013, foi o dia que, mais que todos os outros (tive muitos outros dias de desânimo), caí em no mais profundo deles com essa minha jornada: esse meu empenho, esse esforço diário de economizar. Além de todos os desânimos com projetos e sonhos profissionais furados que já disse aqui, caí na real de que ter uma casa não é privilégio de quem ganha pouco.
Nessa hora lembrei-me da minha vida de funcionário do cinema, com um salário mínimo mensal. Nem pra se manter de aluguel esse salário daria, e eu também já disse isso aqui

Descobri que com a minha renda atual a entrada deveria ser, no mínimo, de R$ 50 mil. Isso mesmo. Mais de 50% do valor do imóvel. E eu ainda moro com meus pais e tenho condições de juntar mais dinheiro (situação discutível, mas não vou entrar em detalhes aqui). Imaginem quem mora de aluguel? Como vai conseguir juntar dinheiro para comprar uma casa? Quantos anos serão necessários? Quando vai conseguir? Do jeito que os preços aumentam (tanto das construções, quanto do aluguel), como conseguir morar em um lugar digno, da própria pessoa?
Felizmente esse é o menor problema que atravesso hoje na minha vida. Sim, é um problema. Ser impedido de adquirir algo, ter o que é seu, realizar uma conquista é um problema. Mas problema maior são as pessoas que não têm formação, vivem com um salário de miséria, já têm família e pagam aluguel.

Vivemos em um mundo muito desumano. Nenhum grande empresário ou bancário pensa nisso quando vê seu lucro reduzir 1% por causa da alta do dólar. Acham que é o fim do mundo. Daí demitem e aumentam os preços repassando ao proletariado o custo da sua ganância.
Não, minha gente. O capitalismo não é bom nem mesmo para quem trabalha, se rala, se esforça para conseguir algo. As historinhas de superação que você lê no jornal são somente anestésicos para lhe fazer acreditar que o mundo é justo.

Sinto lhes informar: não é. Não há justiça no mundo. E para quem é rico é muito fácil dizer que um sonho pode ser realizado com o mínimo de esforço. Você precisa se prostituir muito nessa vida se quiser conseguir algum conforto a mais. E enquanto os que têm o poder político e econômico não viverem a experiência de ver seus sonhos tolhidos, eles não vão fazer nada para mudar a realidade de quem trabalha de sol a sol para continuar a sonhar.

domingo, 18 de agosto de 2013

Contagem regressiva para "É pop?"


O segundo semestre de 2013 vai ser bem agitado para os amantes de música pop. Lady Gaga, Katy Perry, Miley Cyrus, Beyoncé, Britney Spears e Rihanna estão entre as cantoras que vão lançar novos trabalhos nos próximos meses.

Selena Gomes, Demi Lovato e Wanessa já lançaram os seus recentemente. O Andarilho vai acompanhar cada lançamento, comentar os clipes, as apresentações de divulgação, os singles e discutir sobre o papel de cada uma na música pop nacional e internacional.

Devem entrar na roda de discussão, ainda, a recém-produzida Anitta, Luíza Possi - que está voltando aos holofotes em uma pegada bem pop - além das estrelas internacionais Madonna, Celine Dion (que também está prestes a lançar um novo trabalho), Cher, Nicki Minaj e Christina Aguilera.

Inadvertidamente, podem aparecer citações a Cláudia Leitte, Ivete Sangalo, The Wanted, Taylor Swift, One Direction, Justin Bieber, Justin Timberlake e Michael Jackson.

É a estreia do "É pop?" para os amantes da música pop, aqui no Andarilho.

sábado, 17 de agosto de 2013

Vida natural

Ver todo mundo plantando árvores
Tomando água nas margens do rio
E ver tão verde a nossa terra, o Brasil.

Tá doente? É planta medicinal
Com igualdade, ninguém é o maioral
Ver todo mundo protegendo a natureza
E deixando o Brasil uma beleza

Ver a natureza com os olhos de criança
Ver a natureza como uma mãe, que nos trás muita esperança
Observar a beleza de um pássaro voando
Uma rolinha no seu ninho lá cantando
E na savana, uma zebra o leão caçando.

A natureza não pode ser destruída
No nosso coração ela deve ser acolhida
Porque a natureza é a nossa vida.